sábado, 19 de setembro de 2009

FILME CHICO XAVIER: 28/julho

O tempo…



Antes de os atores entrarem em cena, são outros os artistas do set.Para a primeira cena de hoje, uma engenharia no set deve ser efetuada – e mobilizou a maquinária, a elétrica, a arte e até o pessoal dos efeitos visuais. Duas paredes da sala de João Cândido serão retiradas e o grid superior (a armação do estúdio onde é presa a iluminação e diversos cabos e correntes necessários para segurar o equipamento) subirá até o teto do galpão. Isso para que um croma key (painel onde serão aplicados efeitos especiais para esta cena) seja instalado sobre o cenário. Fora toda a rotina de preparação do set.

Por isso o supervisor de efeitos Paulo Barcellos e os artistas gráficos Marcello de Souza e Daniel Dias estão presentes desde cedo no estúdio. Paulo acompanha diariamente as filmagens, e está sempre ao lado do diretor no Video Assist. Mas hoje, pela peculiaridade do efeito, Marcelo e Daniel vieram de São Paulo especialmente para ver a cena – e partem de volta assim que ela for encerrada.

Além do croma key, um outro efeito bem interessante será utilizado nesta cena: o chamado Hollywood Out, um movimento que faz com que móveis, objetos ou o que for necessário “sumam”de plano. Mais uma vez, o Professor Vô Du e suas invenções: ele adaptou um Dolly Fischer 10 – o popular “carrinho de câmera sobre trilhos” – para esta função. “Antes, quem iria sumir de cena era o ator. Mas isso iria trazer outros problemas. Então fizemos com que o que estava em volta dele desaparecesse. Em vez de movermos o banquinho, movemos o piano”, explica Vô Du, com seu humor costumeiro.

Mais uma traquitana do chefe da maquinária entra em cena: o carrinho da câmera adaptado para o Hollywood Out, um movimento que faz mágica no cinema… (fotos de Ique Esteves)


O trabalho no set será intenso: serão oito cenas neste dia de trabalho – o penúltimo em Paulínia. Do lado de fora, a equipe de produção também está a mil, marcando passagens; agilizando a volta dos equipamentos; a desmontagem do set após a partida dos técnicos, dos atores e do diretor; e já finalizando a logística para as primeiras cenas a serem filmadas no Rio. E, claro, cuidando de todos os detalhes dos últimos dois dias na cidade paulista.

As cenas de hoje retratam o que Chico Xavier fez de sua vida: a bondade, a caridade, a compaixão e, claro, a psicografia. No set estarão, mais uma vez, o casal Carmem (Ana Rosa) e Perácio (Anselmo Vasconelos) e o irmão de Chico, José (Oswaldo Mil). Uma das cenas – a 57 – é dividida em várias seqüências, que por sua vez são divididas em vários planos. Isso preocupa o diretor. “Temos quatro travellings e cinco páginas de roteiro para gravar após o almoço”, divide sua expectativa com Cris D`Amato.

Ângelo Antônio se concentra para a cena já em sua ‘mesa de trabalho’





A tarde começa com uma dupla preocupação com o tempo: a de Daniel e a do diretor de produção Luiz Henrique Fonseca. Só que o tempo deste último é o clima mesmo. Do lado de fora do estúdio, ele olha para o céu nublado. “A previsão é de chuva para amanhã”, comenta. A ansiedade se justifica: no último dia de Paulínia, a equipe estará dividida em duas frentes de filmagens simultâneas, com mais de 10 cenas a serem filmadas. E todas externas! “Odeio chuva!”, brada.

Já a preocupação de Daniel com a filmagem das cenas pode ser cronometrada em tempo real: para as cinco seqüências de cena 57, foi gasta 1h30 – das 15h30 às 17h. A próxima cena, rodada meia hora depois (tempo para a desmontagem e montagem do set) terminou às 18h. A cena 73 começou imediatamente, pois não havia nada a mudar no cenário. Mas trouxe uma convidada muito especial ao set. Mais uma “participação amorosa” em Chico Xavier (como foram a do produtor executivo Julio Uchôa, a do assistente de maquiagem Ancelmo Saffi e a do assistente de platô Gaúcho): a cantora Olívia Byington fará parte de um grupo que vai ao centro espírita de Chico.

A figurinista Bia Salgado, a maquiadora Rose Verçosa e assistente de maquiagem e cabelo Glória Maria rodeiam Olívia Byington. Nunca uma figurante foi tão paparicada!




Olívia, namorada de Daniel, é também gerente de midias online do filme. “Eu estava louca pra brincar de anos 30, adoro essa época” conta Olívia, cujo personagem foi batizado de “a mulher chique mineira”. A figurinista Bia Salgado, inicialmente, tinha escolhido um vestido preto para a cena. “Aí a Olívia disse: ai, viúva não, por favor!!”. E achamos melhor trocar a roupa…”, conta Bia. Depois da cena, Olívia volta ao set com umas notas de real: “Viu? Quem trabalha ganha”, diz, mostrando seu cachê. Muito justo!

Juraci de Souza dividiu a cena com Olívia. Aos 78 anos, ela foi chamada por acaso para viver a “senhora com a perna inchada” quando visitava o neto no Pólo Cinematográfico. “Minhas pernas tremiam feito vara verde”, conta ela, que não é atriz. “Mas aquele senhor (Daniel Filho) deixou a gente mais calmo”, conta dona Juraci, que sempre foi espírita, mas há pouco tempo tornou-se evangélica. “Mas Chico Xavier era um homem muito bom…”, diz.

E então a última cena do dia – que começa às 20h e termina às 21h. A preocupação com o tempo de Daniel se justificou. Mais ainda a de Luiz Henrique Fonseca: às 18h, cai uma chuva no Pólo de Paulínia. Com direito a trovoadas. Frio na espinha para a maratona de externas de amanhã… “Odeio chuva!”, brada Luiz Henrique de novo…

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