sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ANDRÉ DIAS: EMMANUEL...


Algumas pessoas me comentaram da curiosidade em ver o rosto do ator André Dias, que interpretará Emmanuel no filme Chico Xavier.

De fato, o blog oficial mostra apenas uma fotografia dele de costas.

Porém, buscando informações a respeito dele, eis abaixo um material que nos dá idéia a seu respeito. Além disso, a semelhança com a imagem que conhece-se de Emmanuel é bastante grande.
Segue link para conferir parte de entrevista onde o ator fala sobre sua experiência em interpretar Emmanuel: http://www.dzai.com.br//noticiasdf/podcast/playpodcast?tv_aud_id=21154
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Formado em Artes Cênicas e em Teoria e Percepção Musical pela Uni/Rio, André Dias é cantor, ator e diretor.




No teatro participou de "Elis, Estrela do Brasil", direção de Diogo Vilela; "Gota D'Água" e "Ópera do Malandro", ambas com direção de Gabriel Vilella; "Rent", direção de Tânia Nardini; "Mary Poppins", direção de Marcelo Caridad; "Yentl", direção de Cininha de Paula, "O Mágico de Oz", entre outros espetáculos.





Atuou nos filmes "Kidnap in Rio", produção alemã e "O Xangô de Baker Street", com direção de Miguel Faria Jr.












Fez assistência de direção e preparação vocal das peças "Quem Tem Medo de Virginia Woolf", direção de João Falcão; "Tango, Bolero e Chá Chá Chá", direção de Bibi Ferreira e "La Ronde", direção de Marcus Alvisi.

Dirigiu, no Sesc Pompéia, o show em homenagem à Clara Nunes com Luciana Mello, Anna Torres, Virgínia Rosa, Tutti Baê, Vanessa da Matta, Ceumar e Alessandra Maestrini.

Realiza shows solos, com destaque para o projeto Canto na Quinta, no Teatro Augusta/SP, e no Segundas Intenções.

Em 2008, voltou a atuar no musical "Rádio Nacional - As Ondas que Conquistaram o Brasil", sucesso de público que entrou em cartaz novamente.


Em 2009, Andre é o protagonista de "Avenida Q" (Avenue Q), produzido e dirigido por Charles Möeller & Claudio Botelho.

FILME CHICO XAVIER: imagens da última cena

Segue abaixo um post de uma das pessoas que atuaram como figurantes na "concentração" realizada em torno da Casa da Prece, para o qual se dirigiu parte da comunidade, convidada anteriormente, conforme comentado neste blog.
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22/08/2009
Filmagens de Chico Xavier, em Uberaba
Postado por Jessie

A pouco mais de uma hora atrás, foi finalizada a última cena do filme que contará a história de Chico Xavier. O Filme que tem estréia prevista para 02 de abril de 2010, teve gravações em diversas locações, mas as cenas finais foram reservadas para a cidade que acolheu Chico por mais de meio século.
Foram feitas cenas da sopa que costumeiramente era distribuída no centro por Chico, e cenas externas, das filas na porta do centro.Muito não entenderam o pedido da produção de ir com figurinos de época (1971) e foram do seu jeito mesmo, mas ainda assim, quem não estava caracterizado participou das cenas, o azar ficou todo pro editor das imagens, que pra piorar ainda vai ter um avião que também quis participar do filme e passou bem sobre o centro durante a última filmagem.
Vou começar pedindo desculpas qualidade das imagens, que tirei com meu celular, mas apesar de não entender lhufas de fotografia, foi de coração que tirei cada uma.

Lembrando que as fotos foram tiradas durante a preparação para as cenas, era proibido tirar fotos durante a gravação, caso estivesse no foco das câmeras...a maioria dessas fotos eu tirei enquanto estava na fila diante do centro, esperando a gravação da chegada de Chico Xavier à casa da prece, o que ocorreu na veraneio dourada (ou bege) q está em uma das fotos abaixo (segue link para acessar as fotos: http://picasaweb.google.com/murarih/ChicoXavierFilmagensEmUberaba#slideshow/5385979486151378546)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CHICO XAVIER: OS "MISTÉRIOS" DAS FILMAGENS

Curiosidades sobre o filme



As gravações do filme sobre a vida do médium Chico Xavier foram marcadas por vários casos que, certamente, são uma história a parte. As filmagens tiveram uma uma atriz vendo o médium, figurante incorporando um espírito e outros mistérios, como a chuva que parava misteriosamente a cada novo dia de gravação. Nelson Xavier, ator que interpreta o papel principal, conta que sua ligação com Chico foi muito além do sobrenome igual.

"Eu senti a presença dele o tempo todo. Foi o único personagem que eu pedi para fazer e, hoje, acredito em tudo o que ele disse e viveu. Cada vez que penso nele me comovo - disse Nelson, se emocionando novamente". O ator lembra que, há muitos anos, estava num churrasco quando um rapaz sentou ao seu lado e perguntou se eu ia fazer o papel do espírita. "Eu disse que não. Aí ele me respondeu que um passarinho havia dito isso para ele e que ele era espírita. Esse foi um dos sinais mais significativos para mim - diz Nelson, que acredita que Chico o escolheu: - Ele me acompanhou durante todo o percurso".

Segundo a atriz Renata Imbriani, que participou das filmagens, Chico realmente estava perto de Nelson. Ela, que é kardecista, conta que viu o espírito do médium durante uma gravação. "Estava aguardando a minha vez de entrar em cena e o Nelson estava gravando. De repente, vi uma porta entreaberta de onde saiu uma luz muito grande. Era o Chico. Ele apoiou o braço direito do Nelson e ficou todo o tempo energizando ele. O incrível é que, quando ele toca o Nelson ele fica até com a fisionomia igual a do Chico", conta Renata que interpreta uma mulher que perdeu o filho.

Segundo a atriz Rosi Campos, o clima das filmagens foi marcado por uma emoção que parecia estar à flor da pele. "Todos que estavam no filme queriam muito estar lá. isso criou um clima muito especial nas filmagens. Você se apaixona pela pessoa que ele foi. Foi muito emocionante".

O filme deve ser lançado em 2 de abril de 2010, quando o Chico faria 100 anos.

Emoção no jardim de Chico :
No último dia das gravações, Nelson Xavier teve uma crise de choro. Depois, foi para o jardim, sentou num banco e, talvez sem saber, faz o que Chico costumava fazer ali mesmo: apóia as mãos sobre as pernas e olha para o céu. "Essa cena foi emocionante. Era o jardim dele, as rosas dele".

Até o tempo deu uma forcinha :
Em Uberaba fazia um frio horrível e o diretor Daniel Filho disse para ninguém se preocupar porque no dia seguinte faria sol. Não deu outra. Fenômeno parecido aconteceu em São Paulo, quando chovia muito forte em toda a cidade. Só não caiu um pingo no local da filmagem.

Visita inesperada em reunião espírita :
Segundo o diretor, teve uma filmagem de uma reunião espírita, em que, de repente uma senhora recebeu uma entidade. "Paramos a filmagem e esperamos a senhora se recompor".

Pomba branca mostra o caminho:
A atriz Renata Imbriani conta que, antes de sair para gravar começou a rezar pedindo proteção. De repente, uma pomba branca entrou na casa e parou bem na frente dela. "Ela só foi embora quando eu saí. Pensei: estou no caminho certo. O tempo inteiro senti uma energia muito forte e tranquilizadora".


A partir do Jornal Extra. Leia texto integral
Foto: Nelson Xavier, como Chico, recebe flores e o carinho da população de Uberaba presente à filmagem, através desta senhora que, emocionada, conversou com o ator (fotos de Ique Esteves)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Minha emoção...

MINHA EMOÇÃO



Acompanhar e postar quase que diariamente estas mensagens, descrevendo o dia-a-dia das filmagens de Chico Xavier, para mim, foi minha emocionante.


Espero que todos os leitores tenham entrado "no clima" do filme, sentindo o gostinho de cada cena e, quiçá, um pouquinho da energia do Chico a abençoar sempre.


Agradeço a visitação de todos. Vou procurar mais material sobre o filme em forma de posts de curiosidades, que estarei postando a partir de amanhã.


Por hora, deixo um pensamento de nosso Chico, e um grande abraço a todos:


FILME CHICO XAVIER - 31/agosto

Adeus em Uberaba


As filmagens de Chico Xavier se encerraram no sábado, 22 de agosto, em Uberaba, Minas Gerais. Embora o fim do set tenha sido celebrado no Rio, com todos os integrantes da equipe, a última cena foi mesmo rodada na cidade que acolheu Chico, deu ao médium respeito e reconhecimento nacional e que abriga seu corpo. Pela reação dos uberabenses que atenderam ao convite da produção, lotaram as imediações da Casa da Prece e reagiram emocionados à visão de Nelson Xavier como o personagem, Chico Xavier continua presente como nunca em Uberaba.

Como homenagem ao encerramento do filme, este blog tem, hoje, um convidado muito especial. O jornalista Marcel Souto Maior, que escreveu a biografia As vidas de Chico Xavier – que deu origem ao roteiro de Marcos Bernstein –, estava presente e assistiu ao último dia de filmagem. E escreveu, especialmente para os leitores do blog oficial, um texto sobre esse encontro emocionante.


CHICO DE VOLTA

Marcel Souto Maior


Dez horas da manhã de um sábado ensolarado e as ruas em frente à Casa da Prece – o centro de Chico em Uberaba – já estão tomadas de gente. Mulheres de vestido estampado, com chale nos ombros e lenço na cabeça, se misturam a homens de camisa xadrez ou listrada. Alguns usam sombrinhas ou chapéus de palha para se proteger do sol. Estamos de volta aos anos 1970, entre ônibus antigos e velhos amigos de Chico.

Este é o último dia de filmagem de Chico Xavier. Oito semanas depois do primeiro pedido de silêncio e do primeiro grito de ação no set, a equipe comandada por Daniel Filho se prepara para reproduzir uma cena que se repetia, todos os sábados, naquela mesma rua, diante da mesma casa simples: a chegada de multidões vindas de todos os cantos do país, em caravanas, para ver Chico, receber mensagens do além, beijar sua mão e ter a mão beijada por ele.

A população de Uberaba foi convocada para entrar em cena e um galpão, ao lado do centro, se transformou em camarim para a multidão de figurantes. Dona Augusta, Francisca, Rosário, cada uma guarda uma lembrança feliz do “Tio Chico”. “Ele me ajudou a criar três filhos”. “Ele doava roupa, colchão, enxoval completo pra gente. Tudo novo.” “Tio Chico não vai morrer pra nós.” Os depoimentos se repetem.

Nelson Xavier, como Chico, recebe flores e o carinho da população de Uberaba presente à filmagem, através desta senhora que, emocionada, conversou com o ator (fotos de Ique Esteves)





Antes do início da filmagem, dois jornalistas, de duas gerações diferentes, se encontram com Daniel Filho e Eurípedes, o filho adotivo de Chico, nos jardins floridos da Casa da Prece: Saulo Gomes – que tornou Chico uma celebridade nacional ao conduzir duas entrevistas com o médium no Pinga-Fogo, nos anos 1970 – e este jornalista que vos escreve e que, há exatos 15 anos, desembarcou neste mesmo lugar, cético à beça, para escrever uma biografia jornalística de Chico, As vidas de Chico Xavier

Daniel festeja o reencontro com Saulo, velho companheiro de reportagem nos tempos da TV Tupi. Eles chegaram a transmitir juntos desfiles de carnaval direto da Av. Rio Branco, no Rio de Janeiro. “A gente entrevistava até poste porque as transmissões não tinham hora pra acabar”, lembra Daniel. Saulo – que não aparenta ter seus 81 anos – viajou de carro mais de 350 quilômetros para estar ali. “Não podia perder este dia por nada.” Ele observa a multidão e se impressiona com o que vê. “ Era assim, exatamente assim, que as ruas ficavam nos tempos de Chico”.

Da esquerda para a direita, Marcel Souto Maior, Eurípedes (filho adotivo de Chico Xavier), o jornalista Saulo Gomes e Daniel Filho






Um Nelson Xavier de olhos marejados e voz embargada grava a primeira cena do dia. Diante da mãe que busca mensagens do filho morto, diz uma das frases repetidas várias vezes pelo médium ao longo de sua vida: “O telefone só toca de lá pra cá…”. Na cena, seguinte Chico, ou melhor, Nelson, se senta no banco do jardim, entre suas roseiras, e folheia um dos 412 livros psicografados por ele: Busca e acharás, de André Luiz. Duas borboletas entram em quadro e enfeitam a cena. “Nelson está muito, muito parecido com Chico”, diz Eurípedes.

É como se sete anos depois da morte, o pai estivesse de volta.

Nelson no jardim de rosas de Chico Xavier na Casa da Prece





E chega o momento da segunda etapa das filmagens. O cenário agora é o refeitório fundado por Chico a dois quarteirões da Casa da Prece. Uma longa fila de “necessitados” se posiciona para receber pão e sopa pelas mãos de Nelson. Figurantes se misturam a freqüentadores reais destas distribuições que ainda acontecem toda semana. Uma das figurantes se emociona de verdade e desaba numa crise de choro. “Fiquei lembrando dele. É uma honra imensa poder fazer esta homenagem ao Chico. Tô muito, muito emocionada.”

Mas o momento mais emocionante ainda vai começar. Às 15 horas, a multidão convocada pelo rádio e pela TV ao longo da semana se aglomera diante da Casa da Prece para as filmagens da última sequência. Chico Xavier vai chegar, de Veraneio, acompanhado de sua amiga Cleide (Rosi Campos), vai acenar para a multidão e entrar no centro. Só isso.

Chico de volta…

A diretora-assistente Cris D’Amato e o produtor-executivo Julio Uchoa se revezam no microfone para comandar a massa através dos alto-falantes posicionados na rua. “Calma, gente… Não corram… Não empurrem. Abaixa esta sombrinha, por favor… Tirem os bonés, pelo amor de Deus. Chico está chegando… Ele tá vindo…”

Do alto de um carro de som, Daniel confere o quadro, checa as lentes e dá o ok.

A câmera posicionada no guindaste, a população que serviu de figuração para a cena diante da Casa da Prece e o carro de som, de onde a diretora-assistente Cris D’Amato e o produtor-executivo Julio Uchôa ‘comandavam’ a massa e Daniel conferia a cena



Chico chega com seus óculos escuros, o sorriso tímido, os gestos suaves. Desce do carro cercado pela multidão, acena e sorri para todos, como nos velhos tempos.

Nelson entra na casa e, quando sai de quadro, longe das câmeras, tem uma crise de choro. Em seguida, vai para o jardim, se senta sozinho num dos bancos e, talvez sem saber, faz o que Chico costumava fazer ali mesmo: apóia as mãos sobre as pernas e olha para o céu.

As filmagens lá fora, com os figurantes, ainda não terminaram quando Nelson faz um pedido: quer raspar o cabelo. Pedido feito e atendido na hora. A cabelereira Glória Maria cobre seus ombros com uma toalha vermelha e Nelson, já de roupão azul, começa a se despedir de seu personagem mais querido – o único que pediu para fazer na vida.

Os cabelos caem no chão da varanda da Casa da Prece e Eurípedes observa à distância. Nelson fecha os olhos mais uma vez e – de novo – posiciona as mãos sobre os joelhos. Vai assim até o fim, enquanto a equipe grava o último take do filme: uma imagem do jardim repleto de rosas plantadas por Chico.

A cabeleireira Glória Maria atende ao pedido de Nelson Xavier e raspa seu cabelo após a última cena








São 17h20 em ponto, quando Daniel dá o grito final: “Pronto. Agora acabou.”

Aplausos, abraços, a equipe festeja. Daniel entrega as últimas flores para Nelson, Rosi e para Guilherme Bernard, que viveu Eurípedes. “Obrigado. Muito obrigado a todos vocês.”

E todos agradecem de volta…

Daniel sai do centro e logo é cercado por câmeras e celulares. Sem pressa, distribui autógrafos e sorrisos e agradece a cada um pela participação no filme. O cronograma foi cumprido à risca, sem um minuto de atraso.

Julio Uchôa abraça cada integrante da equipe enquanto repete algumas de suas frases já clássicas, com o entusiasmo habitual: “Maior prazer. Um arraso.”

E foi mesmo.

Nelson Xavier resume com as seguintes palavras esta sua experiência:

Arrasador.

Arrebatador.

E encerra:

“Eu me sinto pleno.”

terça-feira, 13 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 17/agosto (Último dia)


Despedindo-se de Chico Xavier


Último dia de filmagem de Chico Xavier. Embora amanhã ainda sejam feitas algumas tomadas de detalhes, e no próximo sábado aconteça a filmagem em Uberaba, este é, oficialmente, o último encontro da equipe com o mundo do médium.

As 177 pessoas que percorreram diretamente a vida de Chico Xavier, da infância à maturidade, hoje se despedem deste personagem. Foram dois meses intensos, em que se viajou no tempo (de 1918 a 1975) e no espaço (da Pedro Leopoldo da meninice de Chico à São Paulo do Pinga-Fogo, passando por Uberaba, onde Chico firmou-se como o maior médium do país).

Hoje, esta trupe chega ao estúdio Herbert Richers em um clima diferente. Último dia também é dia de trabalho – mas as pessoas vão chegando com um misto de cansaço, alegria pelo que foi realizado e tristeza pelo encerramento. Daniel, ao entrar no set, expressa isso: “Hoje vamos rodar do jeito que der! Se a câmera falhar, vamos rodar com o celular! É hoje só… amanhã não tem mais!”.

A equipe de ‘Chico Xavier’ (e ainda faltaram alguns integrantes!..) celebra a realização do trabalho reunida em torno do diretor Daniel Filho e dos três Chicos: Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier (fotos de Ique Esteves)





Enquanto o switcher da “TV Tupi” era desmontado no estúdio A, a equipe filma no estúdio B, onde foi montada mais uma das invenções do mestre Vô Du, que recriou o interior de um avião em cima de mais uma de suas traquitanas. A ordem é: chacoalhar, remexer, tremer. E quem está em cima do praticável é Chico (Nelson Xavier), Cleide (Rosi Campos), Emmanuel (André Dias) e os “passageiros” Fábio Porchat e Ailton Graça, que volta ao estúdio e faz jus ao sobrenome, trazendo alegria e descontração a este último dia. Além de 27 figurantes.

Destes, voltam às poltronas do avião os “passageiros” Ique Esteves (still do filme), Rita Vianna (assistente de figurino), Rose Verçosa (maquiadora), Patricia Paladino (autora do blog oficial), Gil Barone (do making of) e Paulo Barcellos (responsável pelos efeitos visuais). O quinteto reassume seus “personagens” e passa o dia sacolejando na traquitana de Vô Du. A descontração com que as cenas eram rodadas contagiou todo o estúdio. Daniel divertia-se a cada “corta!”, tanto com a cena como com a interpretação de Ailton.

Para se ter uma idéia de como o chefe da maquinária cria essas suas mirabolantes invenções, Vô Du conta uma história: ele estava indo para Paulínia – onde o filme foi rodado por duas semanas –, em um vôo que fez Rio-Campinas via Curitiba. “Pois então: perto de Curitiba o avião entrou em uma forte turbulência. Enquanto todo mundo estava apavorado, alguns rezavam, eu fui lá pro fundo da aeronave pra ver como ela se comportava nessa situação. Nem senti medo. Queria era elementos pra reproduzir exatamente aquilo no estúdio…”, diz Vô Du. Sua traquitana funciona perfeitamente. E ele não conta como foi construída de jeito nenhum. É segredo profissional. Só o resultado será visto na tela, mas como foi feito – nada feito!…

A filmagem entra pela noite. Mas ninguém parece cansado. Após uma pausa para um lanche – em que toda a equipe cantou Parabéns pra você para Anita Barbosa e Tatiana Fragoso, as assistentes de direção que aniversariam no mesmo dia –, a última cena de Ailton é filmada, e Daniel agradece com muito entusiasmo sua participação.

E então, a partir daí, começam as despedidas. No meio do ensaio de uma das cenas chega o táxi que vai levar Cynthia Falabella ao aeroporto. Ela chega perto de Daniel e o abraça. Pouco depois, é a vez da última cena de André Dias, que viveu, em todas as fases do filme, o guia espiritual de Chico. O diretor o recebe com o tradicional buquê de flores, um abraço e a piada: “Volte agora ao mundo dos encarnados, André!”.

O produtor-executivo Julio Uchôa, a coordenadora de mídias digitais Olivia Byington e o diretor de produção Luiz Henrique Fonseca comemoram com o diretor de ‘Chico Xavier’






Então a última cena é rodada. E quando Daniel grita seu último “corta!”, o costumeiro aplauso da equipe ao final de cada dia de trabalho foi mais longo. “Embora a gente ainda tenha a filmagem em Uberaba, apenas uma pequena parte dessa nossa equipe seguirá pra lá. Em meu nome, e em nome de Chico, se é que eu posso me aventurar a falar em nome dele, eu queria agradecer a dedicação de todo mundo, o empenho de todos, o clima maravilhoso que tivemos durante esses dois meses. Existiram tropeços, mas se não existissem, não seria um filme. Muito obrigado, muito obrigado a todos!”, encerra o set Daniel Filho.

Daniel e sua equipe: da esquerda para a direita, Paula Horta (coordenadora de direção), Cris D’ Amato (diretora-assistente), Tatiana Fragoso (1ª assistente de direção), Natália Soutto (estagiária), Bruno Garotti (2º assistente de direção) e Anita Barbosa (2ª assistente de direção e coordenadora de elenco)



Fotos são tiradas, abraços de despedida são trocados. Até um filminho foi feito: o assistente de platô Juninho pede a Daniel que dê um pequeno depoimento para sua mãe e grava no celular. O diretor abraça Bia Salgado, a figurinista de Chico Xavier: “Obrigado, obrigado. Foi lindo o seu trabalho, fiquei muito satisfeito. Só não fiquei mais feliz porque você não aparece no filme!”, brinca, referindo-se a todas as “participações amorosas” que estarão em algum pedacinho da história. Depois, Daniel abraça os técnicos de som portugueses Carlos Alberto Lopes e seu assistente Ricardo Sequeira, que vieram especialmente integrar a trupe e retornam amanhã para Lisboa. Abraça Chicão, chefe do platô e que segurou o set durante todo o filme. Abraça Vô Du, o inventor de traquitanas – e tira uma animada foto com o “pessoal da pesada”, que fez este avião voar durante dois meses.

E, aos poucos, um a um vai entrando nas vans da produção e voltando para casa…

E com Nelson Xavier, que deu vida à fase madura de Chico: o agradecimento do diretor pelo trabalho e pela entrega ao personagem

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 16/agosto

Fim de festa? Que nada!


Hoje é o penúltimo dia de filmagem – fora a seqüência de Uberaba – mas o clima está longe de ser “fim de festa”. Ainda há muito trabalho a fazer: hoje são 37 seqüências a serem rodadas no cenário que reproduz os corredores e o switcher da TV Tupi. Em cena, Tony Ramos, Cadu Fávero e Pablo Sanábio, além de Nelson Xavier e Rosi Campos, que filmam apenas uma cena. O resto é do trio Tony-Cadu-Pablo, que forma a equipe técnica do Pinga-Fogo.

Tony Ramos chega ao estúdio Herbert Richers simpático como sempre, brinca com a diretora-assistente Cris D`Amato e recebe com bom humor a brincadeira da assistente de direção Anita Barbosa: “Veio de moto, Tony?”, pergunta Anita, por causa do (des)penteado do ator. “Minha querida, gel só na novela!”, rebate ele.

Tony Ramos, Cadu Fávaro, Daniel e Cris no switcher da Tupi cenográfica (fotos de Ique Esteves)






Assim que atores, equipe técnica e figurantes chegam ao set, é servido um bom café da manhã – seja o set aonde for. Pois hoje pela manhã, Nelson Xavier tomava seu café sozinho em uma mesa. Quando alguém pergunta qual a expectativa de nosso Chico Xavier para a seqüência de Uberaba – que reunirá a população da cidade em torno dele –, o ator responde: “Estou muito animado e ansioso. Não sei quantas pessoas esperar, mas com certeza vai ser muita emoção pra mim”, confessa.

Nelson deu hoje um longo – e emocionado – depoimento a Gil Baroni, para o making of do filme. Falou sobre quando o autor de As vidas de Chico Xavier lhe enviou o livro com um bilhete, em que expressava o desejo de que ele encarnasse o personagem; sobre o posterior pedido que fez a Daniel (“Se você for realmente rodar este filme, e me quiser, eu me ofereço para ser Chico Xavier”); sobre como Chico o arrebatou profundamente e mudou a sua maneira de ver o mundo (“E é um caminho sem volta”); e sobre o legado que Chico Xavier deixou para o mundo. “O que mais me parece significativo é que Chico encarnou realmente o tal do `amai-vos uns aos outros como a vós mesmos`. Pra mim ele é um santo pois viveu o amor ao próximo por toda a vida, que é a coisa mais difícil do mundo.” Em muitos momentos do depoimento, Nelson se emocionou. E em dois deles, chegou às lágrimas. No making of do filme isso certamente estará presente…

Logo após o almoço, quem desceu primeiro se deparou com uma situação inusitada: na entrada do estúdio A da Herbert Richers, há um grande quadro com todas as cenas do filme. À medida que elas vão sendo rodadas, cada cena é pintada por uma faixa azul. Pois hoje era Daniel quem estava diante do quadro, riscando as últimas cenas. Estava ali sozinho – mas foi flagrado por quem passava, em uma cena que beirou o lúdico: era o comandante de uma equipe de 177 pessoas diante do que realizaram, em dois meses de muito empenho. Várias câmeras fotográficas (profissionais ou não) registraram este momento.

Daniel e o quadro com as cenas que já foram filmadas, que iam sendo riscadas de azul. Hoje foi Daniel quem riscou as últimas cenas




Todas as cenas riscadas em azul já estão com a montadora Diana Vasconcellos – que hoje esteve no set para mixar um áudio que servirá como um guia para Tony Ramos em muitas das seqüências. Diana vem trabalhando na montagem desde o segundo dia de filmagem. “Para otimizar o tempo, já que ele será curto para o trabalho que temos pela frente, trabalhei paralelamente às filmagens. Duas semanas após rodar a última cena, já teremos o primeiro corte”, explica Diana. Primeiro corte é o filme montado, mas ainda sem muitos dos efeitos visuais e de som. É como um primeiro tratamento, que será posteriormente lapidado por Diana e Daniel, até que se chegue ao resultado esperado.

Atualmente – além da equipe de 70 pessoas da O2 Pós Produção, que faz os efeitos visuais – trabalham na finalização de Chico Xavier, na Lereby Produções, Diana e dois assistentes na montagem; cinco editores de som, mais um mixador e a equipe de foley – que insere todo ruído complementar necessário como passos caminhando ou vozerio de multidão, por exemplo.

Diana e Sílvia Ramos no set: a montadora já vem trabalhando desde o segundo dia de filmagem e hoje esteve no estúdio Herbert Richers para mixar um diálogo para a cena








Todas as cenas se passam entre os corredores da Tupi e a sala de corte do Pinga-Fogo. Além de Tony, Cadu e Pablo, há mais uma participação especial no switcher: o assistente de figurino Alex Brollo, que intrepreta um sonoplasta. Uma das pessoas mais engraçadas e bem-humoradas da equipe, Alex, após a primeira cena, é alvo de brincadeiras de todos. Principalmente de Daniel: “Excelente, Alex! Muito bom mesmo!”, gerando risos no set. “Pode se gabar e dizer: `não só fiquei em cena todo o tempo como tenho cenário!`”, diz Daniel. O figurinista/sonoplasta não se fez de rogado e entrou na brincadeira. “Bem, equipe, quero minhas flores ao final, já que me despeço hoje do filme…”. E mais gargalhadas.

O impagável Alex Brollo com Tony Ramos: Alex improvisou um gesto em cena que foi aproveitado por Daniel. E, ao final, provocou risos no set ao `despedir-se` do filme





Mas quem recebeu as flores foi Tony Ramos e Cadu Fávaro, que encerraram a participação no filme. “A câmera rodou? Tudo certo? Então agora só falta eu agradecer a Cadu e Tony pela participação neste filme!”, encerra o set Daniel. Horas antes, Pablo Sanábio também deu adeus a Chico Xavier.

Apesar do grande volume de cenas rodadas – e do set ter sido encerrado às 23h50, um recorde desde o início das filmagens – o clima esteve descontraído, leve, como uma festa mesmo. E havia razão: as assistentes de direção Anita Barbosa e Tatiana Fragoso fazem aniversário no mesmo dia: 17 de agosto. E a equipe esperou dar meia-noite para cantar Parabéns pras duas. Festa! Que, embora esteja perto do fim, continua bem animada…

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 15/agosto

Visitas e despedidas na reta final


De volta ao Pinga-Fogo – mas desta vez com platéia. Se ontem as cenas se restringiram a planos mais fechados nos atores no palco, hoje 111 figurantes ocupam as poltronas da TV Tupi cenográfica para ouvir as palavras de Chico.

Também na platéia – mas lá no fundo, onde foi posicionado o Video Assist com os seis monitores, como ontem – alguém ouve atentamente Nelson/Chico responder às perguntas do `apresentador` Paulo Goulart. É o jornalista Marcel Souto Maior, que escreveu a biografia As vidas de Chico Xavier, que deu origem ao filme.

Pela primeira vez Marcel vê em ação o que escreveu há 15 anos. Ao chegar à ABI, o produtor-executivo Julio Uchôa lhe mostra o teaser feito para a secretaria de Cultura de Paulínia, um pequeno filme com algumas cenas de Chico Xavier. “Fiquei impressionado. É uma saga, mas acima de tudo tem o tom de um thriller, que mostra Chico rodeado de desconfiança e descrença por todos os lados”, diz Marcel, que, por ter lido todos os tratamentos do roteiro, já tinha uma idéia de que esta seria a visão impressa na tela. “Mesmo assim, fiquei deslumbrado. Eu sempre vi o Chico como esse homem na contra-mão do mundo; um Chico acuado em muitos momentos, mas que enfrenta a descrença e vai até o fim.”

O jornalista Marcel Souto Maior, autor do livro `As vidas de Chico Xavier`, que deu origem ao roteiro do filme, conversa com Daniel em sua visita ao set (fotos de Ique Esteves)





Outra coisa que impressionou o autor da biografia foi a ausência de “discursos edificantes” nas cenas que viu. “O filme não é doutrinário, o que é uma bela visão. O roteiro é ótimo, interpretado por atores incríveis e filmado lindamente. Tenho certeza de que vai agradar a quem tem fé, a quem não tem fé, a quem quer ter fé…”, finaliza e, após assistir a algumas seqüências do Pinga-Fogo, Marcel se despede de Daniel presenteando o diretor com seus livros.

O dia será cheio, como foi o de ontem. Além de algumas cenas pendentes do dia anterior, são mais 20 hoje. Com os figurantes, fica sempre mais complicado. Mas Daniel descontrai, subindo ao palco para explicar a cena. E contar algumas histórias para relaxar o ambiente. Como quando perguntou a religião da platéia. Se havia seguidores de várias – católicos, evangélicos, judeus, uma budista –, a maioria era de espíritas. E todos riram quando Daniel afirmou ser ateu…

Só que os figurantes ficaram descontraídos demais. Em um pequeno intervalo entre um plano e outro, muitos se levantam para ir ao foyer do auditório, fazendo barulho e movimento desnecessário. E levam bronca – assim como quem ainda continua andando durante o ensaio…

Pela manhã, no Video Assist, o diretor de imagem Cassiano Filho, que ontem comandou pelos três monitores as antigas câmeras RCA, sentiu-se indisposto e teve que se retirar. Quem o substituiu? Ele mesmo: Daniel. De volta aos tempos de TV. Mesmo à tarde, ao retornar ao set já recuperado, Cassiano assistiu à performance do `diretor de imagem` Daniel Filho em uma seqüência.

O set também recebeu hoje uma visita especial: Sofia, 17 anos, um dos quatro filhos de Nelson Xavier. Ela chegou de manhã, almoçou com Nelson e a equipe e, como ninguém escapa, foi convidada a participar da platéia do Pinga-Fogo. E em lugar de honra: ao lado de Christiane Torloni, na terceira fila – de onde assistiu bem de perto a todas as cenas do pai.

A primeira assistente de direção Tatiana Fragoso em participação amorosa na platéia do ‘Pinga-Fogo’, ao lado de Christiane Torloni. Ao fundo, Sofia, a filha de Nelson Xavier, que assistiu de camarote a performance do pai




E mais participações amorosas: na platéia, Clara Beatriz Monsores de Mattos, de 13 anos, filha do chefe da elétrica Anderson Cabeça, divertiu-se fazendo figuração. E a primeira assistente de direção Tatiana Fragoso também sentou-se ao lado de Christiane Torloni e foi bem enquadrada pela câmera de Gil Otero. A atriz, aliás, despediu-se de sua Glória e do filme com esta cena. E recebeu as flores e os agradecimentos do diretor (“Dona Christiane Torloni encerra a participação em nosso filme… Muito obrigado!”, diz Daniel ao entregar as rosas vermelhas) com direito a platéia: os mais de 100 figurantes e toda a equipe aplaudiram muito sua despedida.

Também deixam o filme hoje o `apresentador` Paulo Goulart e os `entrevistadores` da mesa do programa: Glaucia Rodrigues, Thelmo Fernandes, Luis Serra, Daniel Jaimovich e Pablo Sanábio.

E enquanto as cenas rolam dentro do auditório, no saguão o movimento é outro. São os camareiros e assistentes de figurino, maquiagem e cabelo, além do pessoal do catering com sua mesa de café e guloseimas. E, ao fundo, a produção continua trabalhando: Luiz Henrique Fonseca, Mariana Vianna e Renato Pimentel estão a todo vapor finalizando os preparativos para as filmagens em Uberaba, na próxima semana, e listando o que é necessário para a produtora Fernanda Senatori , que já está na cidade mineira, providenciar amanhã.

Renato Pimentel, Mariana Vianna e Luiz Henrique Fonseca finalizam os preparativos para a filmagem em Uberaba, que acontece no próximo sábado




Luiz Henrique também confere a divulgação que será feita pelas rádios e jornais de Uberaba, convocando a população para a filmagem, no próximo sábado, 22, a partir das 14h30, em frente à Casa da Prece. “Estamos enfatizando que quem quiser pode aparecer, mas precisa ter alguns cuidados com o figurino: deve usar a roupa mais neutra possível, sem estampas, não usar tênis nem acessórios modernos”, esclarece o produtor. Outra coisa importante: não se pode levar câmeras digitais ou celulares. Camisa xadrez para os homens e vestidos floridos para as mulheres valem… O importante é ter muita gente homenageando Chico Xavier!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 14/agosto

Uma cena de dois dias

Hoje é um dia muito importante no set de Chico Xavier. São 39 seqüências a serem gravadas, 11 páginas de roteiro, seis câmeras de alta definição focando a ação e alguns reforços na equipe para fazer com que a logística da mais longa cena do filme seja rodada.

O set é o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o cenário, o estúdio da TV Tupi onde foi gravado o programa Pinga-Fogo – um marco na história de Chico Xavier e do próprio programa, que teve na edição em que o médium foi entrevistado, em 1971, uma de suas maiores audiências. Até hoje os seguidores de Chico lembram de sua participação do programa.

O palco do Pinga-Fogo recriado no auditório da ABI, no Centro do Rio (fotos de Ique Esteves)





O ator Paulo Goulart é um deles. Espírita há mais de 40 anos, assim como a mulher Nicete Bruno, ele lembra de ter ficado com os olhos grudados em sua TV preto-e-branco do início ao fim do programa. “Conheci Chico em várias situações. Em plena ação, no lançamento de um de seus livros em São Paulo, e até no finalzinho da vida, quando ele estava bem fraquinho”, conta Paulo, que hoje teve mais um encontro com Chico – só que dessa vez, na pele de Nelson Xavier.

Paulo interpreta o apresentador do programa – que também traz os atores Glaucia Rodrigues, Thelmo Fernandes, Luis Serra, Daniel Jaimovich e Pablo Sanábio. Ao encontrar Nelson no set, Paulo lhe dá um abraço forte e comenta a semelhança entre ator e personagem. “Pra mim foi muito especial, por razões bastante óbvias, ser chamado para este filme”, confessa.

Paulo Goulart, o apresentador do programa, é espírita há 40 anos e se sentiu comovido ao participar




O cenário reproduz, mas com liberdade criativa, o palco do Pinga-Fogo. “Como o programa era em preto-e-branco, e a qualidade das imagens que chegam a nós hoje não tem a qualidade necessária, tivemos que traduzir para um filme colorido o que deu certo em P&B”, explica o diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto, que optou por azul e mostarda para o cenário, por serem cores que se inserem em várias etapas do filme.

A Arte foi apenas um dos departamentos de Chico Xavier que vem trabalhando há muito tempo para este dia. E muitos tiveram que contar com reforços. As câmeras, por exemplo: hoje serão usadas três REDs. Então, foi necessário chamar o operador de câmera Fabrício Tadeu e a foquista Renata Reis para a terceira. As duas equipes fixas do filme também tiveram trabalho: na grua, Daniel Duran e Jorginho; e na terceira câmera, Gil Otero e Silvia Gangemi, assessorados por Daniel Xavier e Tiago Rivaldo, respectivamente.

Sem contar as três vedetes da cena, as câmeras RCA TK 60 – as que foram “apresentadas” à equipe ontem – e que vão funcionar de verdade. Para elas também foi necessária a presença de operadores, e não apenas atores fingindo trabalhar. E mais um pequeno monitor colocado no Video Assist, que estará gravando as imagens para revisão imediata.

Daniel com Cassiano (à frente) e Luizão: os três trabalharam anos juntos e utilizaram as RCA TK60





Como as câmeras precisam ser realmente operadas, a história merece ser contada em detalhes: são três RCAs no palco. Na primeira está Luiz Alberto da Silva, o Luizão, 65 anos de idade e muitos à frente de uma câmera. Luizão começou na TV Continental, inaugurou a Rede Globo em 1965 (onde pilotou uma RCA TK60), passou pela Excelsior e, em 1975, voltou para a Globo, onde está até hoje. Na segunda câmera está Ricardo Lopes da Silva (câmera freelancer), e na terceira, Gaúcho, hoje diretor de imagem da Globo, mas que foi câmera por muito tempo.

Como as câmeras realmente vão filmar, é necessário um diretor de imagens para controlá-las através dos monitores no Video Assist. Quem assume esta posição é Cassiano Filho, de 65 anos, e que atualmente está no seriado Toma lá, dá cá. “Você não imagina o que eu senti ao ver essas câmeras”, ele diz. “Foi muito emocionante, estão idênticas às verdadeiras”, diz Cassiano – que é pai de Ricardo, que opera a câmera 2.

Cassiano, Luizão e Daniel Filho trabalharam juntos por muito tempo. Mas ele lembra da primeira vez: “Foi quando Daniel, em 1968, ainda garoto, substituiu Ziembinski na direção de A rainha louca, na Globo.” E a primeira vez que usou uma RCA? Ele responde de bate-pronto: “Foi em Sangue e areia, com Tarcísio Meira.” Um cast de câmeras e tanto para operar, de verdade, as imagens que serão utilizadas em Chico Xavier.

O Video Assist `turbinado`com os três monitores das câmeras antigas (ao fundo) e o pequeno monitor para gravar as imagens




Por conta das três – ou seis – câmeras, Gláucia Peliccione, responsável pela continuidade do filme, teve de chamar, para reforçar seu time, o continuísta Leonardo Melo, que foi seu assistente aos 17 anos. E a dupla do som – o técnico de som Carlos Alberto Lopes e o microfonista Ricardo Sequeira, que vieram de Portugal especialmente para Chico Xavier – , também. Na mesa dos entrevistadores do programa, seis microfones de época transmitirão o som para uma segunda mesa, que será operada por Ricardo, enquanto Carlos Alberto continua operando a sua. No microfone de boom (como é chamado aquele microfone de haste que capta o som ambiente) ficará apenas Frederico Massine.

Além da grande quantidade de seqüências a serem rodadas, outro grande desafio é controlar a coreografia dos movimentos deste grande número de câmeras. Mas isso não é estranho a Daniel: “Hoje eu estou unindo meus dois mundos, o cinema e a televisão”, diz. Mas com um problema o diretor não contava: às 19h, o ator Thelmo Fernandes teve de deixar o set, por conta de sua peça de teatro. O que deixou Daniel chateado, já que não foi informado dessa impossibilidade com a antecedência necessária.

Nelson Xavier como Chico, no foco da RCA
Mas tudo acabou se resolvendo. O segundo assistente Bruno Garotti já havia pesquisado um dublê no cadastro da agência de figurantes – mas a solução estava bem próxima: um dos motoristas da produção Claudinho Carrasco.”Quando olhei para o Claudinho vi que ele era muito parecido com o Telmo”, conta Bruno.

Após uma pequena pausa, Daniel chama a equipe de volta para continuar a filmagem. Que seguiu com Claudinho de dublê, as RCAs rodando em perfeitas condições e as cenas sendo finalizadas a contento…

O programa continua amanhã. E Chico Xavier também…

terça-feira, 6 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 12/agosto

As REDs e as RCA TK 60


Segundo dia no Grupo Espírita da Prece. E os figurantes estão de volta. Quem começa o dia é Cris D`Amato, com a marcação da cena. Nelson Xavier já está no cenário. E antes do primeiro ensaio, ele se dirige aos figurantes. “Eu quero agradecer muito a vocês pelas cenas de ontem”, diz Nelson. “Hoje vai ser um dia mais intenso e quero que a gente estabeleça uma atmosfera bonita e verdadeira.” Os figurantes ouvem como se fosse o próprio Chico Xavier falando.

Mais uma vez, a equipe participa do filme. Hoje estão em cena a estagiária de direção Natália Soutto e assistente de cabeleireiro Luana Jacob. Natália tem até personagem e tem de interpretar. “Vou pensar em meu tio, que já morreu”, diz. E dá certo. Toda concentrada, ela encarna Ludmila. “Este filme tem mais uma curiosidade: quase toda a equipe participou de alguma forma”, diverte-se Daniel.

A cena é vista por Cris do Video Assist – que continua dirigindo a cena, tendo ao seu lado Daniel. Quando ela finaliza, o “corta!” sai meio embargado. “Você tava chorando?“, pergunta o diretor de fotografia Nonato Estrela. “ Ô, gente, só fiquei emocionada”, diz a diretora-assistente. Há meia hora, era ela quem pedia aos figurantes para soltar a emoção…

O ator Nelson Xavier agradece o empenho e a concentração dos figurantes nos dois dias de filmagem (fotos de Ique Esteves)





Os imprevistos estão sempre acontecendo. Mas alguns chegam a ser quase falta de sorte… Para uma das cenas, centenas de cartas deveriam estar em cima de uma mesa. O departamento de Arte contratou uma artista gráfica para escrever os envelopes e algumas cartas. Tudo tinha de estar pronto hoje. Pois na segunda-feira, a produtora de arte Joana Heliodoro telefona para a moça e ela dá a notícia: quebrou o dedo. “O jeito foi todo mundo partir pra escrever os envelopes correndo”, conta Joana.

O departamento de Arte, aliás, hoje está em polvorosa: “Meus três filhinhos nasceram!”, avisa a coordenadora de arte Marina Lage. Os “bebês” são três câmeras RCA TK60, réplicas fiéis das originais, confeccionadas pela Cinefeitos, empresa de São Paulo. “Foram cinco pessoas trabalhando dois meses e meio para aprontar as câmeras”, conta Sérgio Flores, sócio da empresa, que usou 70 moldes diferentes para confeccionar cada uma das peças.

Ao anunciar que as câmeras estavam no Estúdio A da Herbert Richers, uma comitiva foi recepcioná-las: Daniel, Olivia Byington (que visitou o set hoje), Paulo Barcellos, Nonato Estrela, Luiz Henrique Fonseca, Júlio Uchôa, ciceroneados pelo diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto, que exibia, orgulhoso, as máquinas. “Ficou um belo trabalho, parabéns”, diz Daniel a Sérgio Flores. O melhor: as câmeras funcionam. E vão – junto com as três REDs – filmar a cena. O contraste desta câmera moderníssima e a antiga RCA…

Daniel e o diretor de produção Luiz Henrique Fonseca encantados com a réplica da antiga câmera






Para quem não sabe o que é RED: são as câmeras digitais com as quais Chico Xavier está sendo rodado – e que têm uma resolução muito maior do que as digitais normalmente utilizadas no cinema brasileiro. Com uma excelente qualidade de imagem, as REDs ainda oferecem praticidade: poucos minutos depois de uma cena ser rodada, a imagem já pode ser manipulada e vista em um monitor. E o melhor: elas permitem muito mais recursos de manipulação da imagem na finalização.

O responsável pelos HDs com todas as cenas do dia é o gerente de imagem digital Miguel Lindenberg – que também acumula a função de logger. “Nos filmes digitais já existe o logger, que é quem descarrega o HD. Mas o meu trabalho no filme vai além disso”, explica Miguel. Além de descarregar o HD com o backup do dia, ele é o responsável por gerenciar toda imagem que é filmada e fazer o primeiro tratamento nesta imagem (ainda no set), além de organizar todo o material do dia e entregá-lo à montadora Diana Vasconcelos, na produtora Lereby. “No Brasil ainda se está descobrindo o potencial dessa câmera e as formas de trabalhar com ela. Por isso acho que a escolha de Daniel por fazer um filme da proporção de Chico Xavier em digital é, antes de tudo, um ato de coragem e a prova de que ele está sempre antenado com o que está acontecendo”, diz Miguel. O filme anterior de Daniel, Tempos de Paz, já havia sido rodado com a RED, e foi o segundo filme brasileiro a utilizar esta câmera.


Miguel Lindenberg, diante do monitor, fazendo o primeiro tratamento na imagem do filme


Depois do almoço, continuam as “preces” no estúdio. E mais participações especiais. Para provar que ninguém passa impune pelo set de Chico Xavier, a visita de Carla Britto, do departamento jurídico da Globo Filmes, e de Marceli Moreira, advogada da Downtown e da Lereby, também resultaram em participação na cena. Devidamente vestidas, maquiadas e penteadas, elas se juntam aos seguidores de Chico.

Carla Britto, da Globo Filmes, e Marceli Moreira, da Downtonw e Lereby, foram visitar o estúdio e convidadas a fazer a cena. Atrás delas, à esquerda, a cabeleireira Luana Jacob, mais uma integrante da equipe a participar



Para o próximo plano, a parede lateral de 9 metros de comprimento teve de ser retirada para a entrada da grua. Foram 11 homens fortes de um lado para amparar a estrutura e cinco do outro da parede para a função. E o diretor de Arte não se poupa de pôr a mão na massa: lá estava ele encarapitado em cima do paredão.

Enquanto no set as cenas do dia eram finalizadas, na sala da produção todos estavam ao telefone ou no computador. Uma parte deles já está com a cabeça em Uberaba, para onde a equipe parte na semana que vem, para encerrar o filme.

A outra parte da produção finaliza os preparativos para sexta-feira – amanhã é folga para a equipe –, quando se começa a rodar uma seqüência de cenas que exige uma sincronia perfeita entre todos os departamentos. O melhor – e uma das logísticas mais difíceis de Chico Xavier – ficou para o final…

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 11/agosto

Dia de prece


Chico Xavier entra em sua sétima semana de filmagem. E penúltima. As filmagens se encerram no Rio no próximo dia 17 de agosto. Mas ainda há as cenas finais em Uberaba, para onde uma equipe reduzida de 25 pessoas se dirige no dia 21.

Noventa figurantes no ensaio no ‘Grupo Espírita da Prece’, com Nelson Xavier e Rosi Campos em primeiro plano e Cris D’Amato, de costas (fotos de Ique Esteves)





Mas a história ainda não acabou! Ao contrário: em uma semana, ainda há muita coisa para contar e muitas cenas a serem filmadas. Hoje, por exemplo, é dia de oração no Grupo Espírita da Prece, o centro espírita de Chico Xavier em Uberaba na década de 1970. A equipe está de volta ao estúdio Herbert Richers e a movimentação é quase a de um templo religioso: muita gente (90 figurantes) que ficam em absoluto silêncio quando é hora de concentrar para rodar.

Quem entende de multidão é Nilse Lopes de Oliveira que, junto com a filha Sílvia, dirige a agência No Mundo do Cinema – que recrutou todos os figurantes para Chico Xavier no Rio, em Tiradentes e em Paulínia. Para o filme, elas tiveram que buscar tipos muito específicos, pessoas comuns, do povo. “E pra buscar gente do povo a gente foi pro meio do povo. Visitamos comunidades em busca do que o filme pedia, para as diversas épocas e situações a serem filmadas”, conta Nilse, que é dona da agência há 15 anos mas trabalho no meio há 30.

Hoje, por exemplo, estavam previstos 60 figurantes. Mas de manhã o número cresceu para 90 – e Nilse e Sílvia começaram os contatos por telefone para trazer o pessoal. Quando eles chegam ao set entra em cena o segundo assistente de direção Bruno Garotti. Da equipe de direção, ele é o responsável por cuidar de toda a figuração. Isso significa um trabalho prévio minucioso, realizado junto ao cadastro da agência.

Nilse e Sílvia são as donas da agência que recrutou todos os figurantes para o filme




A função de Bruno consiste em escolher a figuração (“Vi fotos atuais de 800 pessoas antes de começar o filme, para escolher quem se adequava a qual situação”, conta); corresponder às diretrizes de Daniel ao formar os grupos de figurantes para cada set; testar participações mais específicas (como um menino que saiba jogar pião, por exemplo). Isso tudo antes de rodar. Quando chega o momento de o “batalhão” entrar no set, Bruno está lá. “Eu situo as pessoas na cena, explico ações e reações que porventura a direção venha a pedir de cada um, fico organizando o pessoal”, conta. Bruno tem apenas 24 anos, mas Chico Xavier é o seu sétimo longa-metragem, e o terceiro com Daniel.

O segundo assistente de direção Bruno Garotti em ação: com apenas 24 anos, ele já fez sete filmes, sendo três com Daniel






O aumento em 50% do número de figurantes também chegou ao departamento de figurino: são mais 50% de roupas, sapatos e acessórios, que devem ser escolhidos e preparados em poucas horas. “É complicado, mas no cinema temos que saber lidar com imprevistos. Foram mais 30 pessoas que não tinham feito prova de roupa para vestir em uma manhã”, explica a figurinista Bia Salgado.

Tudo solucionado, figurantes em cena, Bruno à postos diante da “tropa”, é hora de ação. Hoje há mais uma “participação amorosa” no filme: a da diretora Cininha de Paula. Ela chega ao estúdio para uma única cena, mas tem uma boa expectativa quanto à sua personagem. “A Cris (D`Amato) me ligou dizendo: ‘olha, o Daniel está aqui ao lado e quer que você faça esta personagem’. Me senti feliz, pois a gente só chama para coisas contundentes quem a gente confia”, diz Cininha, que assim que chegou ao set fez cabelo, maquiagem, pôs o figurino e foi papear com Daniel. “Ele me conhece desde garota, antes mesmo de eu ser atriz e muito antes de virar diretora. A minha carreira se confunde com Daniel. Ele me orientou, me ajudou e me deu oportunidade”, diz.

Cininha de Paula e Cris: “Eu vejo um triunvirato em nós três”, diz Cininha. “Um D e dois Cs…”






No Video Assist, Daniel e Cris vêem o posicionamento dos figurantes em cena. “Figuração fantástica, hein? “, aprova o diretor. E logo depois começa a brincar de “assistente de direção”. Inverte os papéis e, enquanto Cris dá a diretriz da cena pelo microfone, ele vai até o cenário arrumar um vaso em cima da mesa. De lá, pergunta: “Tá bom, dona Cris?”, e volta para o Video Assist, continuando a brincadeira.

A cena é longa, com muitos planos, e entra noite adentro. São várias trocas de roupa para Nelson Xavier, Rosi Campos e para muitos figurantes. Além de Cininha, as atrizes Prazeres Barbosa e Rejane Zilles e o ator Edmilson Santini, caracterizado como um mendigo, contracenam com Chico Xavier e Cleide. O silêncio costumeiro quando a cena começa a rodar hoje tem um significado especial. Citando Chico Xavier, hoje, mais do que nunca, “o silêncio é prece”…

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 10/agosto

Voando alto…


Chico Xavier levantou vôo hoje – sem sair do chão. A equipe acordou cedo e partiu em direção ao Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, onde um aposentado Electra II aguardava no hangar para servir de cenário para a cena.

O turbo-hélice da Varig, que fez a ponte aérea Rio-São Paulo até 1991, simula um vôo onde estão Nelson Xavier (Chico), Rosi Campos (Cleide) e Ailton Graça – que veio de São Paulo para participar desta seqüência – e reuniu mais de 40 figurantes e muitos efeitos.

No hangar do Museu Aeroespacial, o set de hoje: um Electra II que voou até 1991 (Fotos de Ique Esteves)




Reuniu também um time bem animado: entre os passageiros estavam Paulo Barcellos, responsável pelos efeitos visuais do filme, o fotógrafo Ique Esteves; Gil Baroni, do making of; a assistente de figurino Rita Vianna; a maquiadora Rose Verçosa; e a jornalista Patrícia Paladino – todos da equipe do filme.

Rita – que interpretou a aeromoça – serviu um suco de laranja ao passageiro Ique. Ela também tem de manejar o carrinho de bebidas cheio de garrafas, copos e gelo – o que faz como uma verdadeira comissária de bordo… Rose interage com o ator Fábio Porchat, também chamado para a cena; Paulo, de terno e gravata, está na poltrona à frente de Chico Xavier, e Patrícia senta-se ao lado de um “padre”- o que significa problemas no vôo…

Paulo, Patricia, Rita, Rose, Ique e Gil: os membros da equipe que formaram uma animada figuração





Todos, devidamente coreografados, trocaram por um dia suas funções no filme. Mas se divertiram muito – e divertiram os figurantes. Principalmente quando Ique, um executivo na cena, sacava sua câmera e fazia fotos para o still, ou Gil – vestido como um hippie típico dos anos 70 – pulava por cima das poltronas para pegar uma boa cena para o making of do filme (quando não estava rodando, naturalmente…).


No Video Assist, Daniel e Nonato acompanham o `vôo` do Electra…









O simpático Aílton Graça conquistou os figurantes com piadas e frases de efeito. Brincou com o eletricista Marcão, que desfilava pelo corredor do avião com a camisa do Flamengo. “Olha lá, tá se achando o Adriano”, implicava. Dor de cotovelo – já que seu time, o Corinthians, perdeu do Flamengo no domingo.






… e do lado de dentro, Daniel dirige Ailton Graça, Nelson Xavier e Rosi Campos


Depois da Aeronáutica, todos rumam para a Marinha. No fim da tarde, toda a equipe se desloca para o Hospital do Arsenal da Marinha, na Ilha das Cobras (onde já foram rodadas algumas cenas), na Praça Mauá, para refazer uma das primeiras seqüências do filme – rodada em um hospital de Cascadura na primeira semana de filmagem, antes mesmo da viagem para Tiradentes e Paulínia. A cena – que marcou a despedida do set dos atores Fernando Eiras e Cláudio Torres Gonzaga – foi refeita a pedido de Nelson. E um pedido de Chico Xavier não se recusa…

Foi um dia cheio, que terminou pouco antes das 21h – quando boa parte da equipe seguiu direto para o teatro Oi Casagrande, para a pré-estréia de Tempos de Paz, o filme anterior de Daniel, que estréia nesta sexta-feira.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 09/agosto

O dia é dos pais





Daniel dirige Christiane e Tony no set que reproduz um típico

apartamento dos anos 70 (fotos de Ique Esteves)



Dia dos Pais no set de filmagem. Dentro e fora de cena. Christiane Torloni e Tony Ramos formam o casal Glória e Orlando e todas as cenas de hoje envolvem os dois e dores entre pais e filhos. Na “vida real”, o set deste domingo teve visitas especiais. O clima era bem familiar, e o cenário facilitou: as cenas foram rodadas na casa que serve de base de produção, no alto da Gávea. Foi ali que o filme começou a tomar forma: os cômodos – que há dois meses abrigaram as salas onde os figurinos foram confeccionados, as costureiras tingiram e envelheceram as roupas, os testes de maquiagem e cabelo foram realizados, os atores ensaiaram e inúmeras reuniões aconteceram – sumiram por um dia.

Em seu lugar, surgiu um típico apartamento de classe média do início dos anos 70. Com direito a muito jacarandá, poltrona mole de Sérgio Rodrigues (um hit da época), parede de tijolinhos aparentes pintada de branco e lustre de acrílico.

Do Video Assist, Júlia, de 14 anos, e Victor, de 12, vêem a primeira cena do dia, com Christiane Torloni e Cássia Kiss (a atriz também voltou ao set para esta cena). Júlia e Victor são filhos do produtor-executivo Julio Uchôa. Ao lado deles, Pedro, de 12 anos, também está focado no monitor. Pudera: seu pai é o foquista Jorginho, um mestre com 32 longas e 22 anos de carreira. Fora minisséries e comerciais para publicidade.

No ensaio de hoje com Cássia Kiss, que voltou ao set especialmente para gravar esta cena



Os três fizeram jus ao ditado: se Maomé não vai à montanha… eles vêm ao set passar o Dia dos Pais com os seus. Júlia, Victor e Pedro têm outra coisa em comum: cresceram no meio cinematográfico mas não querem seguir a carreira dos pais. “Só se for pra ser ator”, diz Victor. “É melhor que produtor, que trabalha muito…”. A irmã faz coro: “A gente fica muito tempo sem ver meu pai…”, lastima a menina, que quer ser diplomata. Já Victor quer ser jornalista do SporTV. E Pedro ainda não decidiu. Mas já acompanhou o pai nas filmagens de Mandrake, Tempos de paz e Se eu fosse você 2…

Para quem nunca pisou em um set, a especialidade do pai de Pedro pode parecer estranha: Jorginho é o responsável pelo foco – fundamental para o filme. “Em televisão essa profissão não existe, é feita pelo próprio operador de câmera. Mas no cinema há o operador, o foquista, o assistente do foquista (que é o 2º assistente de câmera) e o loader (no caso de filme em película) ou o logger (no cinema digital)”, explica Jorginho.

No caso de Chico Xavier, são duas equipes completas de câmeras: na primeira, o operador Gil Otero, o foquista Jorginho e o assistente Daniel Xavier. Na segunda, o operador Daniel Duran, a foquista Silvia Gangemi e o assistente Tiago Rivaldo. Dois trios afinados que captam com sensibilidade as imagens que se vê na telona. E ainda há o loader Miguel Lindenberg, gerente de imagem digital – ou seja: é ele quem descarrega os HDs do filme. Que responsabilidade…

Enquanto o time das câmeras filma Tony, Christiane e Cássia no primeiro andar da casa na Gávea, no segundo piso o clima era outro: a sala da produção foi deslocada de seu espaço original, mas a movimentação continua a mesma. O diretor de produção Luiz Henrique Fonseca e os assistentes Clara Machado e Renato Pimentel pendurados ao telefone fazendo a pré-produção para o encerramento do filme, daqui a 10 dias, em Uberaba.

“Já estamos preparando a logística da cena final, em que queremos reunir a população de Uberaba em torno de Chico”, explica Luiz Henrique, enquanto acessa as fotos do local das filmagens. Em sua equipe fixa trabalham 15 pessoas – contando o pessoal do escritório, os produtores de locação e o platô. Fora os periódicos – produtores locais que são contratados (no caso de Chico, em Tiradentes e em Paulínia) por conhecerem o lugar como a palma da mão.

A produção ainda conta com a modernidade. Um dos mais recentes aliados é o Google Earth. “É por aqui que a gente faz logística à distância”, brinca Luiz Henrique, enquanto “viaja” até a rua onde será realizada a filmagem e vê exatamente o local de que irá dispor para a cena.

Mesmo no Dia dos Pais o trabalho é intenso. A produção trabalha no andar de cima, os técnicos, atores e Daniel, no de baixo. E de repente, uma surpresa: João, filho de Daniel, chega ao set com os três filhos, os gêmeos Valentina e João Paulo, de seis anos, e Antônio, de quatro. Mesmo morando em São Paulo, vieram ao Rio dar um beijo no vô. E aproveitaram para visitar o set. Enquanto a criançada brinca de equilibrista no trilho do carrinho de câmera, Daniel dá um longo abraço em João. E avisa: “Bom, agora vovô vai trabalhar… Vai fazer um filminho…”.

Vovô Daniel com a prole: o filho João e os netos Antônio, Valentina e João Paulo






Após as despedidas, a volta para o set. E para a última cena do dia – uma das mais fortes de Chico Xavier. Que no próximo Dia dos Pais todo mundo já vai saber qual é…

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FILME CHICO XAVIER: 08/agosto


Chegadas e partidas


O set hoje tem chegadas e partidas… Voltam ao estúdio Tony Ramos e Christiane Torloni – que rodaram uma única cena, no primeiro dia de filmagem, em 29 de junho. A atriz Laura Cardoso faz uma passagem-relâmpago – e iluminada – pelo set, em participação especialíssima. E se despede de Chico Xavier a professora de prosódia Babaya – que, com Cynthia Falabella, preparou o elenco para que o mineirês soe natural e espontâneo.

Mas Babaya fez mais do que isso. Amiga pessoal do ator Luís Mello – que a indicou para a prosódia de Chico –, a mineira de Cássia é cantora, professora de técnica vocal, tem uma escola de canto em Belo Horizonte e trabalha muito com teatro (há mais de 20 anos com o Grupo Galpão, por exemplo). Em Chico Xavier, se Cynthia preparou Matheus Costa para viver Chiquinho, Babaya, além de aprimorar o sotaque dos atores, foi a responsável pela unidade de timbre e tom entre Ângelo Antônio e Nelson Xavier. “Costumo dizer que o sotaque é o produto final de todo o meu trabalho. O que queríamos fazer, e conseguimos, foi trabalhar a intenção do texto, o que há por trás do que eles vão dizer. Tudo isso resulta em um sotaque natural, intuitivo”, explica. Por isso, Babaya prefere chamar seu trabalho de direção de texto.

Além do profissionalismo, Babaya cativou a equipe com seu jeito suave, discreto e gentil. Quando não estava trabalhando com seus atores, ficava quietinha em um canto do set fazendo palavras cruzadas. Sempre sorrindo. Hoje, apesar de ser seu último dia, preferiu não se despedir. “Quem sabe ainda precisam de mim em ‘edição extraordinária’…”, diz.


A professora de prosódia Babaya passa o texto com Nelson, em sua despedida de ‘Chico Xavier’ (fotos de Ique Esteves)




Christiane e Tony voltam ao filme para a fase “anos 70”. Antes de entrar no cenário da Herbert Richers, Christiane e parte da equipe rumaram para o hospital Ordem Terceira do Carmo, pertinho dali, para uma cena rápida, mas muito emocional. E quando se reuniu com Tony, na sala maquiagem do estúdio, o “casal” no filme aproveitou para passar o texto da primeira cena. Que é só a primeira: daqui pra frente, serão muitas cenas com os dois.

Pouco mais tarde, chega Laura Cardoso, para uma participação especialíssima: sua personagem, Vera Alves, é uma junção de duas atrizes, Vida Alves e Vera Nunes. “E Laura Cardoso também”, acrescenta a atriz, que foi contemporânea das homenageadas, tendo trabalhado juntas na antiga TV Tupi de São Paulo.

Laura Cardoso posa diante de sua foto na parede do cenário onde gravou





As seis cenas de hoje se passam, justamente, nos corredores de uma estação de TV. Nos corredores, fotografias antigas de grande nomes da televisão brasileira, como Eva Wilma, Carlos Zara, Gianfrancesco Guarnieri, John Herbet, Luís Gustavo e… Laura Cardoso. “A-mei!!”, grita Laura, ao ver suas duas fotos no set. “Eu era linda, uma graça!”, vibra a atriz que, ao andar pelo corredor cenográfico, mostrou-se saudosa. “O cenário está perfeito, era assim mesmo”, lembra.

Mas para ficar perfeito, os cenotécnicos tiveram trabalho. E o início da filmagem atrasou. A demora aconteceu por conta de uma junção de fatores, que devem ser estrategicamente conjugados para se encaixarem no tempo certo. Mas por uma mudança no plano de filmagem, alguns destes fatores tiveram que ser antecipados – o que gerou o atraso.

Daniel dirige Tony Ramos nos corredores da `Tv Tupi`, observado pelo diretor de fotografia Nonato Estrela, o chefe da maquinaria Vô Du e o operador câmera Gil Otero








O tempo de espera para Daniel, Christiane Torloni e Tony Ramos (Laura só chegou à tarde) foi recompensado por um bom papo. Os temas: as gravações da novela, leituras espritualistas, fé, sofrimento e religiosidade. E Chico Xavier, claro. “A gente conhece o sofrimento dos mais próximos, mas imagina o sofrimento dele com a dor de todos”, indaga Christiane.
Antes do início do set, Daniel e Christiane conversam sobre religiosidade no camarim do elenco






Enfim, com tudo pronto no set, o dia começa com a filmagem de uma cena antes do almoço. Na volta, serão cinco a serem rodadas – e todas com o “elevador” cheio de figurantes. Mas então Laura entra no estúdio e, bem-humorada e falante, levanta o astral no set. Ao vê-la, Tony faz uma reverência: “Mamadi!”, diz o ator, imitando seu personagem, filho de Laura na novela Caminho das Índias.

Enquanto esperam pelo próximo plano, dentro do cenário, o papo volta a ser animado, com todos contando histórias da televisão – afinal, estavam na roda Nelson Xavier, Laura Cardoso, Tony Ramos e Daniel Filho. Uma parte essencial da história da TV brasileira. “Para um ator, não existe a `participação especial`. Especial é você ser convidado a fazer parte de um projeto como este, nem que seja uma passadinha só”, diz Laura, após a animada conversa. “É uma honra trabalhar com Daniel de novo. Já fiz três ou quatro trabalhos com ele, que sabe o que pedir para o ator porque é um ator maravilhoso”, diz. E parte para sua cena: uma passagem rápida, em take único, mas com uma sensibilidade que emocionou até a diretora-assistente Cris D`Amato.

Outra pequena cena entre Tony e Nelson também sensibilizou muita gente. Inclusive Tony e Nelson. “Quem conheceu Chico sabe como está lindo o seu trabalho”, diz o primeiro para o segundo. E um longo abraço sela o momento…

Laura Cardoso passou como um furacão por Chico Xavier. Chegou, trouxe alegria e emoção ao set e despediu-se ao fim do dia, com um lindo buquê de rosas vermelhas… “Dona Laura! Que faz de um plano um filme!”, agradeceu Daniel.

Na outra despedida, Babaya passou com Nelson as falas de Chico para hoje. Mas, como o ator só entrou para filmar as últimas cenas do dia, lá estava a professora de prosódia com suas palavras cruzadas na mão. E então a surpresa: na primeira página da revistinha, veio a pergunta das cruzadas: “Ator, diretor, cineasta e produtor de TV, este brasileiro contribuiu notavelmente para o crescimento do cinema nacional (…).” Alguém sabe responder? Uma dica: é o diretor de Tempos de paz, Se eu fosse você 1 e 2, A partilha, Primo Basílio… e de Chico Xavier.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

FILME CHICO XAVIER: 06/agosto

Rosas para Ângelo e Matheus


E a casa de Chico veio abaixo… No estúdio A da Herbert Richers, o cenário reproduzindo a casa de Chico Xavier em Uberaba já cumpriu sua função. Em seu lugar será montado o Centro Espírita, e bem ao lado dele estarão os corredores de uma TV e o switcher – que já estão em fase de pintura e quase pronto para ser “dressado” (quando serão colocados os móveis, equipamentos e acessórios de cena).

Por enquanto, este espaço é apenas dos cenotécnicos, porque as cenas de hoje serão feitas na estrutura do prédio da Herbert Richers: o set é um camarim e na sala ao lado estão montados o Video Assist e o som.

Será usada uma lente chamada Macro, usada para filmar coisas microscópicas. A lente encantou Daniel, que resolveu filmar seu olho: “Verdão, hein?”, disse, a respeito de seus olhos pelo monitor. “Mas tá enrugadinho, enrugadinho…”, analisava. “De perto ninguém é normal, Daniel”, brinca o gerente de imagem digital Miguel Lindenberg.

Gil Otero e os assistentes de câmera Silvia Gangemi e Tiago Rivaldo preparam a cena com a macro, com Gabriel Santucci, responsável pelo Video Assist, de modelo para a marcação (fotos de Ique Esteves)




Na cena, há um assistente de produção (vivido por Pablo Sanábio). Neste personagem, Daniel faz uma homenagem a um grande amigo, que foi seu assistente na primeira versão da novela Roque Santeiro – a que foi vetada pela censura. No crachá do rapaz está escrito: José Carlos Pieri.

O set apertado de hoje – apenas o camarim e o corredor – deu a Daniel mais espaço no “elevador”. Explica-se: uma das coisas que mais irrita o diretor é o excesso de gente no set. Sempre que isso acontece, ele pede: “O elevador está cheio! Vamos esvaziar o elevador!”. Hoje, só fica quem é essencial para fazer o elevador subir.

Uma curiosidade sobre o dia: hoje serão filmadas a primeira e a última cenas do filme. Exatamente a abertura e o encerramento. Duas cenas de forte impacto.

Pouco antes do almoço, Ângelo Antônio chega ao set – para seu último dia como Chico Xavier. Encontra-se com Matheus Rocha – que também diz adeus a seu Chiquinho hoje – e assiste a uma das cenas de Nelson.

Antes de filmar sua última cena, que reúne as três gerações de Chicos, o ator dá entrevista para o making of do filme, dirigido por Gil Baroni. Alguns trechos:


“Pra compor o meu Chico, a primeira coisa foi ler o livro As vidas de Chico Xavier. Depois fui a Pedro Leopoldo e a Uberaba, conheci as pessoas que Chico conheceu, percorri os caminhos que ele percorreu. Isso me trouxe mais referências, mais detalhes, me fez pensar ainda mais na questão espiritual. Mexer com isso me fez revirar sentimentos, medos, sonhos… Pra buscar chegar à alma, à energia e à freqüência de Chico”, diz Ângelo.

Sobre trabalhar com Daniel Filho: “Foi um aprendizado. Já tínhamos trabalhado juntos na TV, e em A justiceira ele me disse: você é do cinema. O olhar dele pra tudo é impressionante. E ele foi muito generoso: plantou uma semente e me deixou livre pra colher. Foi bom jogar com Daniel. Dentro e fora de campo.”

Outra pergunta se refere à semelhança entre o ator e um médium. Existe? “Todos nós somos antenas, alguns mais, outros menos preparados para receber sinais. A forma como traduzimos isso é que talvez faça a diferença da linguagem simbólica entre o ator e o médium. A gente vai atrás dessas conexões com o inconsciente coletivo, com o sentimento e a emoção.” Isso é um pouquinho de Ângelo Antônio – e um pouquinho do que ele emprestou ao seu Chico. O resto, só no making of…

Outra despedida sentida por todo mundo foi a de Matheus Costa, 11 anos, que além de encantar a equipe com seu profissionalismo e talento, cativou a todos pelo jeitinho educado e alegre, sempre receptivo a um bom papo ou a uma brincadeira. Matheus esteve no set para rodar a última cena do dia, em que os três Chicos – de alguma maneira – se encontram (é claro que como isso acontece é um segredo de estado…).

A equipe se transfere para o estúdio B da Herbert Richers. Ao chegar lá, Daniel mostra, discretamente, a Ângelo e Matheus, um pequeno “filme sobre o filme”, feito para a Secretaria de Cultura de Paulínia. Sem fins promocionais, o filmete é como um trailer, com algumas cenas já editadas das várias fases de Chico. Só que o boca-a-boca faz o Video Assist encher. Ao final, eram mais de 30 pessoas assistindo – e aplaudindo essa primeira amostra do que será o filme depois de pronto. Elevador cheio. Mas dessa vez passa…


E então a festa de despedida. Daniel vai para o centro do estúdio com o já tradicional buquê de flores na mão. Aliás, dois buquês: um para Ângelo, outro para Matheus. “Terminam o filme hoje dois grandes atores, para quem eu peço o que vocês sabem fazer de melhor!”, e o set veio abaixo, com uma salva de palmas emocionada de dois minutos. Ângelo levanta o buquê como um corredor de Fórmula 1 levanta o troféu ao final da corrida; Matheus, como se tivesse acabado de fazer um gol. “Foi um privilégio trabalhar com você”, diz o experiente operador de câmera Gil Otero ao pequeno Matheus. “Você é campeão, viu? Não mude!”, aconselha Daniel ao menino, e depois cochicha alguma coisa no ouvido de Ângelo. Um agradecimento ao pé do ouvido entre diretor e um de seus protagonistas…

Os ‘campeões’ Ângelo Antônio e Matheus Costa, aplaudidos por Daniel Filho e por toda a equipe, que se despediu dos dois, emocionada






Para coroar o momento, o still do filme, Ique Esteves, programa a máquina fotográfica para registrar toda a equipe – que amanhã estará de folga – de Chico Xavier. Na foto, a família celebra o trabalho de dois de seus integrantes… mas vai sentir muito a falta deles.



Um último momento do dia de hoje: desde o início das filmagens, houve quem cultivasse a expectativa quanto a manifestações mágicas ou inexplicáveis no set, por conta do tema e do personagem do filme. Para a frustração ou surpresa de muitos, nada aconteceu. Até hoje.

Pouco depois de apresentar o trailer para Paulínia, e ao iniciar a última cena do dia (e do filme), com os três Chicos presentes no estúdio, um forte cheiro de rosas foi sentido por algumas pessoas da equipe: a continuísta Glaucia Pellicione, a maquiadora Rose Verçosa, a assistente de câmera Silvia Gangemi e o produtor-executivo Julio Uchôa. Num cantinho do set à meia-luz, logo atrás do Video Assist onde estava o diretor – e que exibia, nos três monitores, o Chico criança, o Chico jovem e o Chico maduro. Rosas…