Fim de festa? Que nada!
Hoje é o penúltimo dia de filmagem – fora a seqüência de Uberaba – mas o clima está longe de ser “fim de festa”. Ainda há muito trabalho a fazer: hoje são 37 seqüências a serem rodadas no cenário que reproduz os corredores e o switcher da TV Tupi. Em cena, Tony Ramos, Cadu Fávero e Pablo Sanábio, além de Nelson Xavier e Rosi Campos, que filmam apenas uma cena. O resto é do trio Tony-Cadu-Pablo, que forma a equipe técnica do Pinga-Fogo.
Tony Ramos chega ao estúdio Herbert Richers simpático como sempre, brinca com a diretora-assistente Cris D`Amato e recebe com bom humor a brincadeira da assistente de direção Anita Barbosa: “Veio de moto, Tony?”, pergunta Anita, por causa do (des)penteado do ator. “Minha querida, gel só na novela!”, rebate ele.
Assim que atores, equipe técnica e figurantes chegam ao set, é servido um bom café da manhã – seja o set aonde for. Pois hoje pela manhã, Nelson Xavier tomava seu café sozinho em uma mesa. Quando alguém pergunta qual a expectativa de nosso Chico Xavier para a seqüência de Uberaba – que reunirá a população da cidade em torno dele –, o ator responde: “Estou muito animado e ansioso. Não sei quantas pessoas esperar, mas com certeza vai ser muita emoção pra mim”, confessa.
Nelson deu hoje um longo – e emocionado – depoimento a Gil Baroni, para o making of do filme. Falou sobre quando o autor de As vidas de Chico Xavier lhe enviou o livro com um bilhete, em que expressava o desejo de que ele encarnasse o personagem; sobre o posterior pedido que fez a Daniel (“Se você for realmente rodar este filme, e me quiser, eu me ofereço para ser Chico Xavier”); sobre como Chico o arrebatou profundamente e mudou a sua maneira de ver o mundo (“E é um caminho sem volta”); e sobre o legado que Chico Xavier deixou para o mundo. “O que mais me parece significativo é que Chico encarnou realmente o tal do `amai-vos uns aos outros como a vós mesmos`. Pra mim ele é um santo pois viveu o amor ao próximo por toda a vida, que é a coisa mais difícil do mundo.” Em muitos momentos do depoimento, Nelson se emocionou. E em dois deles, chegou às lágrimas. No making of do filme isso certamente estará presente…
Logo após o almoço, quem desceu primeiro se deparou com uma situação inusitada: na entrada do estúdio A da Herbert Richers, há um grande quadro com todas as cenas do filme. À medida que elas vão sendo rodadas, cada cena é pintada por uma faixa azul. Pois hoje era Daniel quem estava diante do quadro, riscando as últimas cenas. Estava ali sozinho – mas foi flagrado por quem passava, em uma cena que beirou o lúdico: era o comandante de uma equipe de 177 pessoas diante do que realizaram, em dois meses de muito empenho. Várias câmeras fotográficas (profissionais ou não) registraram este momento.
Daniel e o quadro com as cenas que já foram filmadas, que iam sendo riscadas de azul. Hoje foi Daniel quem riscou as últimas cenas
Todas as cenas riscadas em azul já estão com a montadora Diana Vasconcellos – que hoje esteve no set para mixar um áudio que servirá como um guia para Tony Ramos em muitas das seqüências. Diana vem trabalhando na montagem desde o segundo dia de filmagem. “Para otimizar o tempo, já que ele será curto para o trabalho que temos pela frente, trabalhei paralelamente às filmagens. Duas semanas após rodar a última cena, já teremos o primeiro corte”, explica Diana. Primeiro corte é o filme montado, mas ainda sem muitos dos efeitos visuais e de som. É como um primeiro tratamento, que será posteriormente lapidado por Diana e Daniel, até que se chegue ao resultado esperado.
Atualmente – além da equipe de 70 pessoas da O2 Pós Produção, que faz os efeitos visuais – trabalham na finalização de Chico Xavier, na Lereby Produções, Diana e dois assistentes na montagem; cinco editores de som, mais um mixador e a equipe de foley – que insere todo ruído complementar necessário como passos caminhando ou vozerio de multidão, por exemplo.
Diana e Sílvia Ramos no set: a montadora já vem trabalhando desde o segundo dia de filmagem e hoje esteve no estúdio Herbert Richers para mixar um diálogo para a cena
Todas as cenas se passam entre os corredores da Tupi e a sala de corte do Pinga-Fogo. Além de Tony, Cadu e Pablo, há mais uma participação especial no switcher: o assistente de figurino Alex Brollo, que intrepreta um sonoplasta. Uma das pessoas mais engraçadas e bem-humoradas da equipe, Alex, após a primeira cena, é alvo de brincadeiras de todos. Principalmente de Daniel: “Excelente, Alex! Muito bom mesmo!”, gerando risos no set. “Pode se gabar e dizer: `não só fiquei em cena todo o tempo como tenho cenário!`”, diz Daniel. O figurinista/sonoplasta não se fez de rogado e entrou na brincadeira. “Bem, equipe, quero minhas flores ao final, já que me despeço hoje do filme…”. E mais gargalhadas.
O impagável Alex Brollo com Tony Ramos: Alex improvisou um gesto em cena que foi aproveitado por Daniel. E, ao final, provocou risos no set ao `despedir-se` do filme
Mas quem recebeu as flores foi Tony Ramos e Cadu Fávaro, que encerraram a participação no filme. “A câmera rodou? Tudo certo? Então agora só falta eu agradecer a Cadu e Tony pela participação neste filme!”, encerra o set Daniel. Horas antes, Pablo Sanábio também deu adeus a Chico Xavier.
Apesar do grande volume de cenas rodadas – e do set ter sido encerrado às 23h50, um recorde desde o início das filmagens – o clima esteve descontraído, leve, como uma festa mesmo. E havia razão: as assistentes de direção Anita Barbosa e Tatiana Fragoso fazem aniversário no mesmo dia: 17 de agosto. E a equipe esperou dar meia-noite para cantar Parabéns pras duas. Festa! Que, embora esteja perto do fim, continua bem animada…
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