quarta-feira, 2 de setembro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 08/julho

Problemas solucionados!

A noite de ontem foi tensa. Após sair do set da cachoeira, o produtor executivo Julio Uchoa resolveu fotografar as pintas no corpo do câmera Daniel Duran e enviar por e-mail para um dermatologista no Rio. Pouco depois, recebeu o diagnóstico: foi confirmado que ele está com catapora. Julio e Daniel seguiram imediatamente para São João Del Rey, onde o diagnóstico foi corroborado por outro médico. Agora está tudo bem com ele mas, por ser contagiosa, a doença afastará Daniel Duran do set por, pelo menos, 10 dias.

Mais um contratempo a ser solucionado – ainda mais sendo um profissional como Duran, que pilota a câmera da grua. Pela manhã a produção partiu em busca de alguém com disponibilidade para substitui-lo. O maior problema é o tempo: ele tem de estar no set amanhã – e muitos dos que foram contactados já estavam em outros sets ou comprometidos com algum trabalho. Mas ao fim do dia, Julio Uchôa dá a notícia: “Pronto! Teremos Sandro Galvão no set amanhã!”, grita, com seu costumeiro entusiasmo. “Galvão finaliza hoje uma campanha publicitária e é um excelente nome para nós”, continua Uchôa.

Outro problema também está encerrado: a “novela” David Nasser foi resolvida. Quem irá viver o jornalista que vai ao centro espírita desafiar Chico Xavier é o ator Charles Fricks, indicado ao prêmio Shell ao prêmio de melhor ator pela peça Artimanhas de Scapino. O martelo foi batido hoje cedo e amanhã de manhã ele já estará se juntando à equipe na Pousada Pequena Tiradentes. “Foi uma sorte Charles ter um espaço na agenda para fazer. Quando ocorreu o problema com Michel Bercovich, fizemos várias reuniões de produção para saber que tipo físico de ator chamaríamos. A gente só sabia que tinha que ser um excelente ator. Chegamos ao Charles. Melhor, impossível!”Esse é o Julio Uchoa!

Charles Fricks chega em boa hora. Porque hoje também aterrisou no set o ator francês – radicado na Argentina – Jean Pierre Noher, que será Jean Mazon, fotógrafo e companheiro de Nasser na reportagem que foi publicada na revista O Cruzeiro em 1944 e que expôs Chico em texto e fotos. Jean Pierre acompanhou várias cenas externas, mostrando entradas e saídas de Chico, de seu irmão José, do pai João Cândido e do sobrinho Altair do Centro Espírita Luiz Gonzaga e da casa de João Cândido.

Apesar de morar na Argentina, Jean Pierre já fez sete filmes no Brasil, uma mini-série e recentemente interpretou o personagem Pepe Molinos na novela A favorita. “ Conheci Daniel Filho em 2000, quando recebi o prêmio de melhor ator em Gramado por Um amor de Borges. Sempre quis trabalhar com ele no cinema e, finalmente, estou aqui”, disse Jean Pierre, enquanto observava a cena de Ângelo Antônio e Oswaldo Mil (o irmão de Chico, José).

A visita ao set também teve uma função de “laboratório” para o ator. O fotógrafo still Ique Esteves, que faz as fotos de cena e dos bastidores de Chico Xavier – mostrou a Jean trejeitos de um fotógrafo no trato com sua máquina, o comportamento diante do fotografado e deu dicas sobre como manusear a câmera que será usada – uma Rolleiflex 1940: rodar a manivela lateral para passar o filme, onde fica o foco, o diafragma…


O dia no set foi corrido para o figurino. As externas mostravam três épocas diferentes – 1930, 1940 e 1950 – e havia muitas trocas de roupa, inclusive para os 45 figurantes. “Está tudo organizado, mas sempre é uma corrida, pois imediatamente antes de gravar passamos a roupa do elenco, que fica pendurada e sempre dá uma amassadinha”, conta a figurinista Bia Salgado.

O assistente de figurino Alex Brollo – responsável pela figuração – ensina o truque para controlar quem é quem e a qual década pertence: “Colocamos um cartãozinho no bolso de cada figurante indicando a época. Isso facilita muito os assistentes de direção na hora de armar a cena”, conta Alex, que ainda dá a dica: “Quando o figurino para os habitantes de Pedro Leopoldo foi elaborado, trabalhamos com a moda da década anterior. Naquela época, a cidade não recebia as informações da última moda na capital, por isso não vestiam as roupas mais atuais. O terno branco, por exemplo, que era um hit da moda nos anos 30, só é usado por figurantes com mais dinheiro e informação”, diz o assistente de figurino.

Hoje, ninguém foi mais feliz no set do que Manoel Carlos – um senhor escalado para ser figuração na fila diante do Centro Espírita Luiz Gonzaga. Ele foi escolhido por Daniel Filho para ganhar uma fala (”Seu Chico, trouxe essa galinha para o senhor…”) e, diante da orientação do diretor (”Fala com essa força que o senhor tem, seu Manoel Carlos!”), ele estufou o peito e fez a cena com firmeza. “Para conseguir contactá-lo para o set, tive que ir até sua casa, bem humilde, à noite. Ele não tem telefone nem um telefone para recado…”, contou Bruno Garotti, segundo assistente de direção. Um dia inesquecível para “seu” Manoel Carlos.

O elenco de Chico Xavier está quase completo em Tiradentes. À tarde chegaram Cássio Gabus Mendes, Ana Rosa, Anselmo Vasconcelos, Carla Daniel, Cacá Dias… O time cresce! Mas também houve mais um pequeno susto no set. A responsável pelos figurantes, Sylvia Oliveira, teve uma luxação no braço, após tropeçar no cenário.

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