Talismãs e arte
Matheus Costa, o Chico Xavier criança, voltou ao set. Fez prova – mas não de Matemática. “Não me senti muito preparado”, diz, mas garante que se saiu bem em História, Geografia, Inglês e Espanhol. Matheus chegou com todo o gás. Antes de gravar sua cena – na procissão de São Sebastião –, pediu a Cynthia Falabella para entregar à mãe, Leila, uma moedinha de 1 centavo. “Ele disse pra guardar bem, que é a moedinha da sorte dele”, avisou Cynthia.
Matheus na procissão, em que carrega um tijolo de verdade (mas não muito pesado…) para dar veracidade à cena (fotos de Ique Esteves)
Enquanto é maquiado, ao lado de Matheus, Ângelo Antônio parece encarnar Chico criança: esconde um spray de água, e espirra em quem passa por perto. O menino dá muita risada. “Dei ao Matheus um pouquinho do perfume de Chico. Ele me deu um abraço tão apertado que já valeu por tudo”, conta Ângelo. “Agora, antes de entrar em cena, o Matheus coloca o perfume no pulso e cheira, de olhos fechados.”
Próximo dali, enquanto espera para filmar, Pedro Paulo Rangel – que vive o padre Scarzelo – aproveita para resolver assuntos domésticos: “Hum… não, nunca lembrei de trocar isso desde que fui morar aí… Chamou o rapaz do aquecedor? Pois é, esqueci de trazer o carregador do celular…”, dizia, ao telefone, antes de entrar em cena e dar uma bronca em Chico.
Próximo dali, enquanto espera para filmar, Pedro Paulo Rangel – que vive o padre Scarzelo – aproveita para resolver assuntos domésticos: “Hum… não, nunca lembrei de trocar isso desde que fui morar aí… Chamou o rapaz do aquecedor? Pois é, esqueci de trazer o carregador do celular…”, dizia, ao telefone, antes de entrar em cena e dar uma bronca em Chico.
O diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto e a produtora Ula Schliemann dão os últimos retoques no andor com a imagem de São Sebastião
A cena da procissão foi gravada durante todo o dia – entremeada por outras cenas – e o departamento de Arte levou três semanas para produzir o material necessário. “Usamos o trabalho de artesãos locais em quase tudo”, conta o diretor de arte Cláudio Amaral Peixoto. Quase tudo são as flores de papel para o andor, o estandarte, até mesmo a imagem de São Sebastião foi trabalho de mãos locais.
A Arte – como os outros departamentos envolvidos no filme – está dividida em várias frentes de trabalho. Simultaneamente, há equipes desmontando o que já foi filmado no Rio; fazendo o dia-a-dia em Tiradentes; desmontando o que já foi filmado aqui; construindo os cenários em Paulínia; e já preparando os cenários que serão utilizados na volta ao Rio. E Cláudio se movimentando entre todas elas. “Desde a semana passada já fui a Paulínia duas vezes. E daqui a pouco estou indo de novo”, conta.
O resultado do trabalho de Cláudio e de sua produtora Ula Schliemann – que trabalham juntos há 10 anos – segue agora em passos lentos, levado pelo padre Scarzelo, coroinhas, um sacristão, sete anjinhos – entre ele Chico – e os fiéis em procissão. Daniel entregou a direção de toda esta seqüência à diretora-assistente Cris D`Amato. Ozanan Conceição, que preparou os 80 figurantes de hoje, auxilia a assistente de direção Anita Barbosa na armação da fila e ensaia o cântico. “Gente, é pra cantar com fé!”, grita ele, e todos cantam. Depois, ensaia o coro sem voz, só fazendo mímica – um recurso utilizado para a melhor audição da fala dos atores.
Quando Anita avisa: “quando eu falar ação todo mundo canta!”, uma senhora levanta o dedo e pergunta: “Mas é pra cantar cantando?”. Sim, desta vez é pra cantar cantando. E ‘seu’ José Vicente Carlos – aquele que ofereceu seus serviços de jardineiro a Daniel dois dias atrás – está lá, firme e forte aos 71 anos, subindo e descendo a ladeira, cantando Bem-vindo, louvado seja.
A Arte – como os outros departamentos envolvidos no filme – está dividida em várias frentes de trabalho. Simultaneamente, há equipes desmontando o que já foi filmado no Rio; fazendo o dia-a-dia em Tiradentes; desmontando o que já foi filmado aqui; construindo os cenários em Paulínia; e já preparando os cenários que serão utilizados na volta ao Rio. E Cláudio se movimentando entre todas elas. “Desde a semana passada já fui a Paulínia duas vezes. E daqui a pouco estou indo de novo”, conta.
O resultado do trabalho de Cláudio e de sua produtora Ula Schliemann – que trabalham juntos há 10 anos – segue agora em passos lentos, levado pelo padre Scarzelo, coroinhas, um sacristão, sete anjinhos – entre ele Chico – e os fiéis em procissão. Daniel entregou a direção de toda esta seqüência à diretora-assistente Cris D`Amato. Ozanan Conceição, que preparou os 80 figurantes de hoje, auxilia a assistente de direção Anita Barbosa na armação da fila e ensaia o cântico. “Gente, é pra cantar com fé!”, grita ele, e todos cantam. Depois, ensaia o coro sem voz, só fazendo mímica – um recurso utilizado para a melhor audição da fala dos atores.
Quando Anita avisa: “quando eu falar ação todo mundo canta!”, uma senhora levanta o dedo e pergunta: “Mas é pra cantar cantando?”. Sim, desta vez é pra cantar cantando. E ‘seu’ José Vicente Carlos – aquele que ofereceu seus serviços de jardineiro a Daniel dois dias atrás – está lá, firme e forte aos 71 anos, subindo e descendo a ladeira, cantando Bem-vindo, louvado seja.
‘Seu’ José Vicente Carlos, jardineiro e parte da figuração de ‘Chico Xavier’ em Tiradentes
Quando as filmagens de Chico Xavier começaram, algumas pessoas da equipe sentiram que algo mágico poderia acontecer no set. E aconteceu – com Ângelo Antônio. Próximo à mesa de café, água e docinhos mineiros, ele conta que há alguns dias perdeu o lenço que o filho adotivo de Chico, Eurípedes, lhe deu de presente. “Procurei nos bolsos da calça, do paletó que usei na cena. Todo mundo me ajudou a procurar. Tinha sumido”, conta Ângelo. “No dia seguinte, fui vestir a mesma roupa e a primeira coisa que fiz foi colocar a mão no bolso. O lenço estava lá…”, diz o ator, que deixa o set hoje para ensaiar sua próxima peça, no Rio, e volta em Paulínia, no domingo.
Outra mágica deve acontecer amanhã nos bastidores de Chico Xavier. Dois anjinhos – e não são os da procissão de hoje – devem dar o ar da graça…
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