quinta-feira, 3 de setembro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 11/julho

Fortes emoções e cânticos



Daniel Filho chegou ao set. Desceu do carro e foi direto falar com sua equipe, como de costume. Um problema de comunicação sobre o horário em que o carro deveria trazê-lo ao local da filmagem gerou uma hora de atraso na primeira cena do dia. “Isso não pode acontecer, nem comigo nem com ninguém! Quem sabe da próxima vez não me mandam pra um set e o resto da equipe para outro?”, alterou-se Daniel. A equipe se modifica temporariamente, algumas ausências, novas funções técnicas sendo assumidas por assistentes. A discussão tomou um rumo mais sério.

Alterações no humor e nas emoções, visando manter o set em funcionamento. Em meio a uma carga horária de muito trabalho e arte, administrar crises é uma das tarefas.

Daniel Filho dirige a roda de oração que entoa o cântico “Chega, chega, pecador” (Fotos de Ique Esteves)




Então começa o dia em Chico Xavier. O ensaio com os figurantes descontrai o ambiente. Uma roda deles – todos já idosos, moradores da cidade que encarnaram beatos – entoa o cântico Chega, chega, pecador. Uma, duas, três, quatro vezes. Os atores – Cássio Gabus Mendes, Samuel de Assis, Oswaldo Mil, Jean Pierre Noher, Charles Fircks e Tião D`Avila se entreolham e dão risada. “Isso vai ficar na cabeça pra sempre”, diz Cássio. “Vai. Dias, semanas, meses!”, completa Tião. “Chega, chega, pecador / nessa sala encantadora / vem beijar Nossa Senhora / Conceição visitadora”…

Outra cena de hoje teve a participação do assistente de maquiagem Ancelmo Saffi e do produtor executivo Julio Uchôa. Ancelmo viveu um católico que chega ao Centro de Chico. Ensaiando com Cássio Gabus Mendes, o ator chamou personagem (que deveria se chamar Tenório) de Ancelmo. “Ancelmo, meu filho!!!”, gritava Cássio. O set cai na risada. E Daniel aproveita: “Troca o nome. Ele não é mais Tenório, é Ancelmo mesmo!”. E assim foi…

Julio Uchôa, com o terço na mão, e Ancelmo Saffi (de terno, ao lado do ator Cassio Gabus Mendes)


Já Julio Uchôa trocou os dois celulares e a função de produtor executivo – que não param de tocar um minuto – pela Bíblia. Seu personagem é esse mesmo: o “homem da Bíblia”. Julio, que já foi ator, encarnou o beato com o Livro Sagrado na mão. E todos no set não perderam a chance de fotografá-lo…

Sandro Galvão (o câmera que chegou para substituir Daniel Duran até sua volta) “vestiu” o easy rig – uma traquitana que parece um daqueles aparelhos de fumacê – que prende a câmera ao corpo e é usada para tomadas com a câmera na mão (sem tripé). Embora não auxilie na estabilidade da imagem, ela é um conforto para o câmera. “Alivia o peso no ombrinho”, diz Sandro.

Segundos antes da ordem de gravar, o alto-falante da Igreja Matriz anunciou o ensaio de seu coral: “Amanhã, às 18h, ensaio ………”. E o anúncio não tinha fim. “Tem alguém do coral aqui? Então não esqueçam do ensaio amanhã!” dizia Daniel, enquanto esperava para gravar. Chicão, chefe do platô, já agoniado no rádio, perguntava a seu assistente: “Esse anúncio não acaba nunca??”. Acabou. Quase cinco minutos de alto-falante na igreja, e a cena esperando…

`Seu`José Vicente Carlos, um senhor de muita idade que participou como figurante na cantoria, sorri para Daniel. Ao vê-lo, o diretor sorriu de volta. Ele não teve dúvidas: foi até o Video Assist, apertou a mão de Daniel e ofereceu seus serviços de jardineiro…

Até a última cena, o set funcionou corrido, com ansiedade, muitas imagens, a rua cheia com mais de 120 figurantes. O horário passou, mas a equipe queria , em dia de crise, concluir o plano de filmagem. Depois, conversas informais e formais para a volta do pleno funcionamento do set no dia seguinte – remelexos e a espera de que tudo seja resolvido para amanhã.

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