quinta-feira, 3 de setembro de 2009

FILME CHICO XAVIER - 12/julho

A fala do “homem da Bíblia”


A primeira cena do dia foi a que havia sido adiada na quinta-feira. Desta vez, as ruas laterais estavam fechadas bem antes do set. Nenhum automóvel à vista.

Ângelo Antônio faz tai-chi-chuan na rua, diante do set (Fotos de Ique Esteves)


Às 8h45 estava tudo pronto para rodar. No meio da Rua da Câmara, diante da Igreja da Matriz, Ângelo Antônio fazia seu ritual: movimentos de tai-chi-chuan e de respiração. Quando o diretor chegou, todos estavam em suas posições e com tudo pronto para começar.

Não fosse uma mal humorada senhora que, sem se importar com toda a movimentação, entrou na cena – que ainda não havia começado – resmungando. “Ó, eu vou passar porque eu tenho que ir à missa e não quero nem saber, tô passando e vou passar e…”, continuou falando, até sumir de quadro.

Daniel e as assistentes de direção Tatiana Fragoso e Anita Barbosa



Se ontem houve uma certa tensão no ar, na segunda cena do dia (cenário: Centro Espírita Luiz Gonzaga) tudo se dissipou. No set ainda vazio, Daniel se reúne com a equipe de direção para um conversa reservada. Não se sabe o que foi dito, mas o resultado foi o restabelecimento da alegria no set. Antes do primeiro ensaio, ele explicou: “Queria aproveitar que estamos todos reunidos para dizer que ontem exagerei com meu pessoal. Passei do ponto para o ambiente de trabalho que quero ter aqui. Por isso, me desculpo com minha equipe e com todos, se houve um clima desconfortável. Muito obrigado”, disse Daniel. Aplausos e assovios no set.

Então começa a preparação para a cena mais esperada do dia pela equipe: a continuação da cena do produtor executivo Julio Uchôa como o “homem da Bíblia”. Desta vez com duas falas. Julio entra na sala da produção e avisa: “Já estou devidamente microfonado”, e depois liga para os pais avisando que sua foto está no blog.

Ele ensaia seu texto com Cynthia Falabella: “Deus me perdoa, seu Chico!”, é o que ele tem de dizer. E diz várias vezes. “Tá bom, Julio, tá ótimo”, avisa Cynthia, mas ele fala outra e outra vez. Na hora da cena – uma desobsessão de Chico em quatro meninas –, sua segunda frase fez sucesso: “E tome Evangelho!”. Que acabou virando um bordão entre o pessoal no set: para tudo o que acontecia, “tome Evangelho!”.

As atrizes Thamirys Spyker, Mariana Bassoul, Carolina Pavanelli e Juliana Poda, que estavam na cena, fizeram a preparação corporal com Rossela Terranova, ainda na base da produção, no Rio. “Rossela trabalhou a energia sexual reprimida das meninas e a vontade de liberdade que elas têm”, disse Mariana. “Ela criou a imagem de uma serpente de quatro cabeças: cada movimento de uma complementa o da outra, e o todo forma uma única massa, uma unidade”, completa Thamirys. O resultado – e o “tome Evangelho!” – será visto na telona do cinema.

A mesa de trabalho de Chico Xavier


No set a cena já foi aprovada, com Daniel abraçando Ângelo Antônio. “Obrigado às atrizes que tiveram a humildade de fazer este papel. E ao nosso produtor executivo que protagonizou o tagline (que pode ser traduzido como um slogan, um mote) do filme!”.

Mais uma cena – em que Daniel até operou a grua pessoalmente, com Sandro Galvão – e fecha-se o set de Chico por hoje. Com alegria e tranqüilidade… Mas o dia ainda não acabou: enquanto o cenário de hoje está sendo desmontado, Cláudio Amaral Peixoto e Ula Schliemann, da Arte, montam o andor que será usado amanhã; a equipe da figurinista Bia Salgado também prepara todas roupas e asinhas de anjos para a procissão. E a produção, embora ainda esteja em Tiradentes, já agiliza a partida da caravana para Paulínia, na quarta-feira.

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