quarta-feira, 26 de agosto de 2009

FILME CHICO XAVIER - 28/junho

Um dia muito especial

Cinco horas da manhã. A equipe de platô (time que coordena todo o set durante a filmagem) já está no prédio do antigo Palácio da Justiça, e que em breve abrigará o novo Museu da Justiça, no Centro do Rio. Mas que hoje funcionará como o primeiro set de Chico Xavier. Juninho Gugliano, 27 anos e oito longas em uma carreira de apenas seis anos, faz parte deste time, capitaneado por Chicão. Eles são sempre os primeiros a chegar – e os últimos a sair.

Às 7h, os figurantes começam a chegar e vão direto para o figurino. Depois, é a vez de passarem pela mão de Cláudia Cruz, cabeleireira e maquiadora que fará, em duas horas, 15 penteados diferentes, à moda da década de 70. “Como são muitas pessoas e não há uma ‘história’ marcada para cada um, fazemos o cabelo e a maquiagem pelo figurino”, conta Cláudia.

Trinta e nove figurantes compõem o corpo de jurados e parte da platéia da cena de hoje


Às 10h, horário marcado para a abertura do set, está tudo pronto. A expectativa é grande. O diretor Daniel Filho reúne toda a equipe – hoje por volta de 100 pessoas – e celebra o começo da viagem pela trajetória de Chico Xavier. Todos estão reunidos em um círculo, de mãos dadas. Agora, todo o movimento cessa. Daniel pede um minuto de reflexão: que todos pensem positivamente sobre o trabalho que irão realizar. Ele se junta à roda e (por um tempo não contado pelo relógio, mas pela emoção) todo o set fica em profundo silêncio. Alguns fecham os olhos, como se rezassem. Todos têm a expressão de alguém que sabe estar iniciando um filme muito especial. Como disse Daniel, na linda abertura do set: o que todos irão fazer a partir de hoje deve ser realizado tendo em mente carinho, compaixão, respeito e, principalmente, alegria.


Célia Diniz fala sobre Chico Xavier para a equipe, ouvida atentamente pelos atores Cássia Kiss e Nildo Parente e, à direita do ator, pelo diretor de fotografia Nonato Estrela, pelo produtor executivo Julio Uchôa, pelo diretor de produção Luiz Henrique Fonseca e pela diretora assistente Cris D’Amato


Então ele dá lugar a Célia Diniz, vice-presidente do Centro Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, que conheceu Chico Xavier desde sempre. Seu pai trabalhou com Chico e ela, desde bebê, como contou à equipe que ouvia atentamente, recebeu o “abraço carinhoso e confortador” do médium. Eles estiveram juntos por toda a vida – e hoje ela dirige o primeiro centro espírita fundado por Chico, em 1927. Célia veio ao Rio especialmente para este dia de abertura das filmagens e encerra a roda dizendo uma frase bem típica de Chico Xavier: que todos façam brilhar sua luz.

A celebração termina com Daniel Filho entregando, a cada membro do time, uma rosa branca. Olha dentro dos olhos, dá boas-vindas aos novos integrantes de sua equipe e agradece aos que já fazem parte desde o início.

Mais tarde, vendo a filmagem e todo o aparato que a envolve, Célia sorri e diz que tem certeza de que Chico está honrado, mas um pouco constrangido por esta homenagem. Mas que certamente está feliz.

E então, é hora de trabalhar. Todos tomam seus lugares. A movimentação no entorno do set vai acalmando. O barulho, diminuindo – Juninho, o membro do platô, encarrega-se de ficar na porta, pedindo silêncio e coordenando a entrada. A concentração aumenta e após alguns ensaios a primeira cena de Chico Xavier é filmada. O clima é muito agradável. Não há nenhuma tensão até que… uma das câmeras pifa. Um susto – mas que foi resolvido tranqüilamente e sem nenhuma conseqüência para o andamento do trabalho. Pelos monitores, estão enquadrados o juiz, o promotor e um pai (Tony Ramos) que se vê diante do assassino de seu filho. A cena é esta. Mais, não dá para contar.

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