segunda-feira, 31 de agosto de 2009

FILME CHICO XAVIER - 06/julho

Bolinhas de papel no set



O cuidado com os detalhes fazem parte da produção de Chico Xavier. Hoje, para a cena rodada na Escola Municipal Marília de Dirceu, uma das incumbências do segundo assistente de direção Bruno Garotti era descobrir a grafia correta para a época (1922) das palavras “redação” e “outubro”. A pesquisa histórica já foi feita antes de as filmagens começarem, mas na hora de gravar pintou uma dúvida. E nada pode sair errado.


Os pequenos figurantes, alunos da escola de Pedro Leopoldo






A cena, passada na escolinha de Pedro Leopoldo, teve 16 figurantes mirins – escolhidos por testes no Rio, Tiradentes, Bichinho, Barro Negro e São João Del Rey – e, como em toda sala de aula que se preza, era travada uma guerra de bolinhas de papel. Daniel Filho escolheu entre os “alunos” quem tinha a melhor mira. “Vai!”, e bolinhas voavam. “Muito bem!” e “Essa foi sorte. De novo!” – era Daniel dirigindo a pontaria da “avalanche de bolinhas”. Ah, sim: em 1922, outubro se escrevia ouctubro e redação, redacção…






Daniel Filho, diretor, e Matheus, o menino Chico, se divertem jogando "bate-mão" no intervalo entre as cenas




No Video Assist, atrás do diretor de fotografia Nonato Estrela , o responsável pela produção dos efeitos visuais de Chico Xavier, Paulo Barcellos, da O2 Pós Produção, estava atento aos monitores. Ele e uma equipe de cerca de 10 pessoas irão acrescentar efeitos digitais ao filme. Coisas como retirar de cena elementos atuais como automóveis, postes e fiação elétrica, e, no caso de Tiradentes, construções que caracterizam a cidade, como a Igreja Matriz. Tudo para que aqui seja a Pedro Leopoldo de Chico nas décadas de 20 e 30.

Além disso, um efeito será utilizado pela primeira vez em um filme brasileiro: a maquiagem digital, usada para marcar a passagem de tempo do ator Ângelo Antônio. Como este efeito é inédito no cinema nacional, o pessoal da O2 está desenvolvendo técnicas e unindo outras que já são usadas para conseguir o efeito desejado. É como criar uma “máscara digital” do ator, que será inserida em determinados pontos do rosto, e, por programação de computador, acompanhará qualquer movimento feito por ele.

Paulo Barcellos, da O2 Pós Produção, responsável pelos efeitos visuais do filme








Após o almoço, deslocamento para o segundo set do dia: o prédio da Câmara Municipal de Tiradentes, onde foi montado o cenário do Centro Luiz Gonzaga, o primeiro centro espírita fundado por Chico Xavier, em 1927. Na preparação do set, o diretor de arte enquadra as gravuras de Emanuel, o guia espiritual de Chico, que estarão no cenário. As gravuras são semelhantes às reais, mas agora reproduzem o rosto do ator André Dias, e foram feitas por Carla Vilela, estagiária de Cláudio Amaral Peixoto na Arte.

O dia terminou com Daniel Filho fazendo um plano da lua cheia que nascia no céu de Tiradentes… E com a equipe se preparando para a filmagem de amanhã, que prevê um deslocamento de 1h30 até o set: uma cachoeira nos arredores da cidade, que envolverá um planejamento minucioso da maquinaria para montar câmeras, gruas…

Fora do set, nos bastidores dos bastidores, a produção está preocupada com o operador de câmera Daniel Duran. Esta noite ele teve febre e manifestou algumas pintas vermelhas pelo corpo. Levado ao médico, fez exames de sangue, que nada constataram de anormal… Vamos ver como ele se sente amanhã – um set que depende muito de sua habilidade no manejo da câmera que fica presa no topo da grua, a 15 metros do chão…

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